Seguro exportação poderá render 300 milhões de dólares para Alagoas

Publicado em 05/11/2015, às 21h53
Imagem Seguro exportação poderá render 300 milhões de dólares para Alagoas

Por Redação

Ferramenta irá garantir o acesso a financiamento junto a rede bancária para garantir a manutenção cotas internacionais exclusivas (Crédito: TNH1/Erik Maia)

Ferramenta irá garantir o acesso a financiamento junto a rede bancária para garantir a manutenção cotas internacionais exclusivas (Crédito: TNH1/Erik Maia)

O ministro de Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e o presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra, concederam uma entrevista coletiva após a reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os representantes dos órgãos patronais e empresários alagoanos, onde foram anunciados os compromissos do Governo Federal com o Estado. Entre eles, a questão do Seguro de Exportação para que o setor sucroalcooleiro tenha acesso a financiamentos, junto à rede bancária, vinculados as cotas de exportações de Alagoas.

Este ponto mereceu destaque por parte do ministro que afirmou que a curto prazo haverá um ingresso de recursos de grande monta, que podem chegar a 500 milhões de dólares, que vão permitir a ativação de toda a cadeia de produção da agroindústria de Alagoas. Isso também acabará beneficiando os fornecedores, que serão beneficiados de forma indireta por esses financiamentos.

Esse seguro garantiria ao setor sucroalcooleiro do Nordeste, a manutenção de cotas exclusivas para o mercado americano e para o mercado comum europeu, que é importante para região, e especialmente para Alagoas, que é detentor da maior fatia por ser o maior produtor de cana de açúcar dos nove estados.

“São cotas que só a região Nordeste tem e que representa uma coisa muito importante, porque os preços nessa cota são um pouco mais altos do que os preços médios de cotação do produto. Essa operação está sendo montada para garantir cumprimento na realização das cotas, então uma parte da produção do estado se destina para operar a manutenção destas cotas e para operar isso é preciso que as empresas se financiem”, explicou.

Armando Monteiro explicou que os valores dessa operação, que pode durar seis anos, e que Alagoas poderá ter acesso a US$ 300 milhões. “Alagoas é o maior produtor do Nordeste devendo ficar com a maior parte deste recurso. Acredito que pelo menos 60% desse volume será atribuído as empresas alagoanas” - estimou o ministro.

Ele explicou ainda que essa operação deve ser concluída no prazo mais curto possível, já que está em faze de finalização, no Ministério da Fazenda. “Nós já estamos com o processo muito avançado e acredito que deva entrar em vigor em poucos dias”, garantiu.

De acordo com o ministro, a presidente Dilma Rousseff encerrou fazendo uma longa análise de desdobramento do cenário econômico internacional e nacional e pediu que os empresário se unam para enfrentar a crise. “Não há possibilidade de que o Governo, só, possa operar essa saída. É preciso que todo o setor produtivo e agentes econômicos atuem para superar essa quadra de dificuldade”, concluiu.

Previsões para 2016

O ministro acredita que o próximo ano será melhor que o atual. “O efeito mais duro de um processo de reajuste ocorre num primeiro momento, consequentemente em 2015, quando todas as análises de quase 3%. O próximo ano já aponta de retomada do crescimento” - acredita.

Ainda assim, melhorias sensíveis ao alagoano só deverão ser sentidas no segundo semestre de 2016. “Isso porque uma série de medidas começarão a dar resultados, a inflação vai cair, com isso cai a taxa de juros, com isso o crédito reanima, por outro lado o realinhamento do câmbio está refletindo na economia do país”, concluiu.

Visão dos empresários

O presidente do FIEA, José Carlos Lyra, outro ponto é necessário ser destacado; a reativação de Parcerias Público-Privadas (PPPs), uma cobrança do setor empresarial. “Ela [a presidente Dilma Rousseff] acenou para a reativação dessas parcerias em aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Porque como o Governo passa por um momento complicado, só tem como realizar esses investimento com as PPPs.

Sobre a questão das cotas exclusivas para o setor sucroalcooleiro o presidente ficou satisfeito com a garantia da operação do seguro para garantir o financiamento junto a redes bancárias. “Isso vai dar um fôlego ao setor, que queira ou não queira, ainda é a grande locomotiva da economia alagoana”, pontuou.

O ponto de discórdia: A volta do CPMF

Na reunião foi tratado do retorno do imposto CPMF, de acordo com o ministro, o presidente fez uma avaliação, que classificou como “muito franca”, onde Dilma teria explicado que a medida é necessária para a reestruturação fiscal do país. Apesar de não haver manifestações o presidente do FIEA, José Carlos Lyra, disse que não tem como o empresariado concordar com isso.

O ministro argumentou que a restituição da CPMF, ainda que por um período, que julga “curto e absolutamente necessário” é fundamental para o reequilíbrio orçamentário do Brasil, “Isso vai permitir também que Estados e Municípios se beneficiem porquê esse problema orçamentário não se coloca apenas na esfera federal”, explicou.

Já Lyra antecipou dizendo não haver diálogo nesse ponto. “O empresário nunca vai poder concordar com isso. Nós não concordamos. Ela disse que é o imposto mais fácil, que prejudica menos a todos. Não houve diálogo, mas ela já sabe que não concordamos com esse ponto” - finalizou.


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