Sefaz faz operação em estabelecimento do pai de suspeitos de matar João de Assis

Publicado em 01/09/2022, às 16h39
Ivo Neto
Ivo Neto

Por Redação TNH1

Após a prisão do terceiro suspeito de participação na morte do auditor fiscal da Receita Estadual, João de Assis Pinto Neto, na manhã desta quinta-feira, 1º, uma equipe de fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) realizou uma operação em um estabelecimento que pertence ao pai dos suspeitos de matar Jão de Assis e seria usado para guardar mercadorias que não possuem comprovação de origem.

A princípio, o TNH1 havia informado que o local fiscalizado era o estabelecimento onde o auditor havia sido assassinado. Mas trata-se de outro depósito da família. A fiscalização da Sefaz chegou ao local após denúncias de populares e comerciantes.

"Esse é mais um local onde a família dos suspeitos guardava as suas mercadorias. Nenhuma nota fiscal foi apresentada, o depósito não tem nenhuma inscrição no CNPJ, nem inscrição estadual", disse o superintendente da Receita Estadual em Alagoas, Francisco Suruagy.

Os fiscais encontraram várias irregularidades, a começar da ausência de identificação do local. O estabelecimento comercial é um grande depósito de bebibas, além de outros produtos.

Os fiscais constataram ainda que o estabelecimento não possui inscrição estadual. Além disso, não foram apresentadas notas fiscais das bebidas encontradas no estoque. De acordo com a fiscalização, há a suspeita de que os produtos encontrados podem ter sido roubados, já que um dos suspeitos de matar o fiscal e o dono do estabelecimento respondem na Justiça por receptação de mercadoria roubada. O dono do estabelecimento negou as acusações e afirmou que as mercadorias têm nota fiscal.

Toda a mercadoria foi apreendida e levada para o depósito da Sefaz, e só deve ser liberada mediante a apresentação da documentação solicitada pelso fiscais.

Prisão de mais um suspeito - Mais um envolvido na morte do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto foi preso pela polícia, na manhã desta quinta-feira, 1º. O homem identificado como Ricardo, que é irmão dos outros dois comerciantes já presos, foi capturado por policiais militares em casa, no Tabuleiro do Martins, durante cumprimento de mandado judicial e encaminhado à sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Chã de Bebedouro, na manhã desta quinta-feira, 1º. 

"A informação inicial é de que ele não estava no estabelecimento quando tudo aconteceu. Mas imagens do entorno mostram que ele estava lá e que foi o responsável por sair dali e voltar com dois galões de combustíveis. Duas testemunhas também apontaram a participação direta dele na morte do auditor fiscal", disse a delegada  Rosimeire Vieira.

Segundo Rosimeire Vieira, as câmeras da região mostram a movimentação no estabelecimento comercial, desde a chegada do auditor, até quando os suspeitos deixam o local com o corpo e levam o carro da Secretaria da Fazenda. A delegada conta que a pessoa que conduziu o veículo para abandona-lo é Ricardo.

"A análise dessas imagens está sendo feita de maneira minuciosa para saber sobre a conduta de cada um dos envolvidos. A gente espera agora ter identificado todos os envolvidos nesse crime", falou Rosimeire. 

Protesto servidores da Sefaz - Também nesta quinta-feira, servidores da Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas (Sefaz-AL) realizaram um ato em homenagem ao auditor fiscal João de Assis, encontrado morto no último dia 26, após flagrar irregularidades em um estabelecimento comercial, localizado no Tabuleiro do Martins. Vestidos de preto, os colegas de trabalho de João também repudiaram a versão dada por um dos criminosos ao advogado de que o auditor fiscal teria cobrado propina aos comerciantes, versão já descartada pela polícia.

"O exemplo do João, a referência que o João de Assis tem aqui para os auditores da Sefaz será um eterno legado. Estaremos sempre levando a imagem dele, levando a forma de trabalho dele, como ele trabalhava, como referencial para todas as futuras gerações de auditores da Sefaz. E lembrar que não bastou o ato cruel, o assassinato horrível como tudo aconteceu. Agora, por uma manobra, uma série de chicanas, estão querendo enlamear ainda mais o nome do João. O João de Assis será eternamente lembrado como referencial de servidor", disse o superintendente da Receita Estadual, Francisco Suruagy.

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