Durante o período chuvoso, é comum notar a presença de caramujos africanos em vários lugares. O excesso de umidade é favorável para o desenvolvimento do molusco, responsável por causar impactos tanto à biodiversidade quanto à saúde pública, podendo transmitir doenças à população, como a angiostrongilíase meningoencefálica humana e a angiostrongilíase abdominal.
LEIA TAMBÉM
Por isso, a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alerta aos maceioenses para que fiquem atentos ao encontrar essa espécie em algum ambiente, a fim de que seja feito o correto manuseio do molusco.
Segundo Carlos Fernando Rocha, biólogo e responsável técnico do Laboratório de Entomologia da UVZ, o caramujo africano é uma praga que está presente em todo e qualquer terreno que tenha o mínimo de vegetação, e em Maceió não é diferente. Por isso, é preciso tomar os cuidados necessários para evitar o contato com esse molusco.
“Atualmente, o caramujo africano é reconhecido como uma das piores espécies invasoras em todo o mundo porque causa impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde classifica esse animal como uma das 100 piores pragas do mundo.
Em Alagoas e, principalmente Maceió, o molusco está amplamente disseminado. Praticamente em todo terreno com o mínimo de vegetação, eles estão presentes”, destaca o profissional.
O biólogo ainda ressalta que o período chuvoso (de abril a julho) é propício para a proliferação do caramujo africano. Nesta época do ano, as ocorrências aumentam de forma significativa, sendo uma média de 15 solicitações por semana.
“No período da quadra chuvosa, recebemos uma média de quinze solicitações por semana, sendo duas ou três por dia. É um número considerável, e isso se deve ao volume de chuvas, que esse ano está bem maior”, revela.
Contudo, Carlos Fernando Rocha reforça que a UVZ possui um canal de comunicação para ocorrências relacionadas à espécie, com o objetivo de passar as orientações necessárias à população para realizar o controle do molusco.
“A UVZ tem um canal para o cidadão enviar sua mensagem, relatando o tipo de terreno e vegetação em que os caramujos estão. A partir dessas informações, o biólogo responsável pelo laboratório de Entomologia responde com todas as orientações necessárias para que a pessoa realize o controle dessa praga”, acrescenta o biólogo.
Passo a passo para o controle
Para realizar o controle da praga, é importante se atentar a algumas medidas eficazes para o manuseio e eliminação do caramujo africano.
Abaixo, a UVZ traz um passo a passo com orientações sobre como fazer o manejo correto ao encontrar o molusco:
1. Antes da coleta, deixar preparado uma calda forte de tinta de cal ou uma solução de três partes de água de torneira para uma parte de água sanitária;
2. Com as mãos protegidas por luvas, realizar coleta manual de todos os caracóis que encontrar e colocar em balde ou latão. À medida que for recolhendo os caramujos, fazer o depósito dos mesmos nessas soluções, pois irão eliminá-los;
3. Após a coleta, proceder com a limpeza do terreno. Estando limpo, ciscar o terreno no chamado "pé" do muro, pois é nesse local onde estão os ovos e os filhotes;
4. Também no local ciscado, proceder com o polvilhamento do terreno com cal em pó, ou seja, espalhar a cal em cima do terreno ciscado. Pode-se também, pintar o muro com uma calda forte de cal, pois esse material é tóxico e mata os caracóis;
5. Realizar a capinação periódica e manter o quintal, jardim ou terreno sempre limpo, sem mato nenhum, pois os raios solares matam os caracóis.
Contato
A Unidade de Vigilância de Zoonoses não realiza a eliminação dos caracóis africanos em locais públicos e privados, mas orienta a realização da remoção dos moluscos.
Qualquer cidadão residente em Maceió pode entrar em contato com a UVZ através do WhatsApp (82) 98882-8240 para obter avaliação e orientação em relação à eliminação de caramujos africanos.