A socialite mineira Samira Monti Bacha Rodrigues, de 40 anos, foi uma das 12 pessoas presas na última quarta-feira (26 de junho) na operação "Dubai", da Polícia Civil. A ação, foi fruto de uma investigação de um golpe financeiro que causou um prejuízo de R$ 35 milhões em três empresas das quais ela era sócia, sendo que o rombo levou duas delas a declararem falência.
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Em consultas pelo nome da empresária, a mulher aparece como sócia em pelo menos quatro empreendimentos. Uma das empresas é da área de cobranças, enquanto a outra é da área de investimentos financeiros. Os outros dois estabelecimentos no nome da mulher são uma plataforma de pagamento, voltada para médicos, e uma empresa de joias.
A última delas foi criada em março deste ano e, segundo a Polícia Civil, era usada na lavagem do dinheiro desviado no esquema. As empresas das quais a mulher era sócia estão localizadas em bairros de classe alta de Belo Horizonte, como Gutierrez e Lourdes, e, também, em Nova Lima, uma delas no luxuoso bairro Vila da Serra.
A reportagem de O TEMPO tentou contato com o advogado da socialite, Luiz Aguiar Botelho, porém, até a publicação desta reportagem, ele não tinha enviado um posicionamento sobre a prisão de sua cliente.
Como funcionava o esquema?
Segundo a Polícia Civil, além de ser sócia, a mulher também trabalhava, desde 2018, no setor financeiro das empresas. No entanto, os golpes teriam começado apenas em 2020. Segundo o delegado responsável pela apuração, Alex Machado, Samira se aproveitou da "parceria, amizade e confiança" que mantinha há cerca de 20 anos com os demais sócios das empresas para realizar as fraudes.
O delegado explica que ela começou a aplicar golpes na empresa que lidava com recarga de cartões de alimentação. Para isso, ela chegou a recarregar o próprio cartão e cancelou a fatura dos gastos.
Em seguida, a suspeita passou a operar com outra empresa do grupo, que fornecia benefícios para a classe médica. Neste caso, ela chegou a recarregar seu próprio cartão com valores de até R$ 500 mil. A terceira empresa de onde a mulher desviou recursos era uma firma que fornecia crédito para grandes empresários. Nesta empresa, a suspeita simulava operações e depositava altos valores financeiros em sua própria conta bancária.
"Foi somente após os desvios nesta terceira empresa do grupo que ela foi descoberta pelos sócios. Com todas as provas dos desvios, os empresários procuraram a polícia no mês passado. Ela tentou negar o crime de estelionato, mas com todas as provas que reunimos, é impossível que ela se livre", destacou o delegado Alex Machado.
A mulher também é suspeita de realizar lavagem de dinheiro comprando itens não rastreáveis avaliados em R$ 15 milhões, como bolsas de grife e relógios. As joias e pedras preciosas adquiridas pela suspeita em Dubai, nos Emirados Árabes, eram repassadas para a revenda em uma joalheria de alto padrão em Nova Lima — a suspeita também era sócia desse estabelecimento.
Ela ainda comprava joias no Brasil e conseguia, no exterior, uma espécie de certificação que aumentava o valor das peças.
Família da socialite está entre os presos
Além da mulher, considerada a cabeça do esquema, outras 11 pessoas também foram detidas suspeitas de participação nos desvios.
Entre elas destacam-se o pai da mulher, empresário renomado em Minas, a mãe, irmãos e quatro ajudantes do lar. Dos presos, cinco foram ouvidos e liberados: as funcionárias que auxiliavam a mulher nos afazeres domésticos e os pais dela, devido à idade avançada e por terem colaborado com as investigações.
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