Circulam todos os dias nas redes sociais informações falsas que são compartilhadas instantaneamente pelos usuários. Batizados de “fake news”, os conteúdos falsos são criados e propagados por diversos motivos. Muitas vezes é possível identificar mensagens falsas sem precisar ir muito longe nas investigações, pois elas apresentam diversas características semelhantes.
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Desde o fim de 2019, o principal alvo das informações falsas é a pandemia da Covid-19. "Álcool em gel não tem eficácia, mas vinagre tem", "máscaras causam problemas de saúde" e “médicos recebem acréscimo de mil reais por atestado para Covid-19” são alguns títulos de conteúdos falsos já desmentidos por várias agências de checagens de fatos e, inclusive, por esta editoria.
Apenas nos últimos dois meses a editoria Alagoas Sem Fake já identificou e desmentiu mais de 40 mensagens falsas que circularam no estado. Para ajudar os leitores a identificar possíveis fakes esta editoria lista abaixo algumas dicas para desmascarar mensagens falsas.
O primeiro passo é avaliar a fonte da possível notícia, pois muitos sites que publicam os conteúdos falsos tentam se passar por portais de notícias já conhecidos e confiáveis. Um dos pontos fracos desse tipo de mensagem é a formatação do texto, que apresenta erros de português, letras em caixa alta e uso exagerado de pontuação. Algumas informações são até verdadeiras, mas é preciso se atentar à data da publicação, pois o fato pode ter acontecido já há algum tempo e não representar entendimentos mais atuais, que surgem diante de novas circunstâncias.
Antes de compartilhar mensagens de conteúdo duvidoso, o leitor pode pesquisar se a informação foi divulgada por outros sites de notícias. Quando for compartilhado um link apenas com o título do texto, é recomendado que seja feita a leitura de todo conteúdo, pois em alguns casos o que está em destaque não condiz com a reportagem. Além disso, ainda há possibilidade de se tratar de alguma matéria de sites de humor com o objetivo de ironizar algum fato.
De maneira geral, os boatos têm sempre um tom alarmista ou soluções simplistas e milagrosas para problemas complexos. Além disso, normalmente não é informado o autor do texto. É preciso uma atenção especial a vídeos, fotos e áudios, porque podem ser editados e utilizados fora de contexto. Um exemplo é o vídeo de uma mulher dançando com um fuzil na mão que circulou nas redes sociais. A legenda informava que ela seria a mãe de um jovem morto em operação no Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, mas a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro negou o boato.
Como as informações falsas acabam sendo ainda mais compartilhadas do que as notícias reais, o próprio WhastApp já informa ao usuário quando uma mensagem é “encaminhada com frequência” e tem origem duvidosa. A ferramenta tem o objetivo de estimular o leitor a pesquisar e verificar a veracidade das informações antes de compartilhar. O aplicativo também limitou a quantidade de encaminhamentos de mensagens a cada vez.
Beto Macário, mestre em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas e especialista em Processos Midiáticos e Novas Formas de Sociabilidade, explica como as informações falsas se disseminam com tanta facilidade.
“Boa parte da estrutura de textos de fakes news não é centrada em dados reais, mas em valores morais, ataques pessoais e reforça sempre um código estruturante ou vigente, como ideologia ou pensamento, que representa uma fatia da sociedade que quer associar ou se manter no poder. Quando esse conteúdo é disseminado através de redes sociais, ele se alia a algum movimento da chamada pós-verdade e ganha apoio na reafirmação de certos valores que conduzem o nosso convívio em sociedade, ou seja, as pessoas compartilham porque se identificam com a mesma linha de pensamento que está por trás das informações falsas. Por isso, elas ganham visibilidade em todo segmento e classe social”, explica o especialista.
Lei contra fake news
Em Alagoas, quem divulga ou compartilha informação falsa sobre situações que envolvem o enfrentamento à Covid-19 pode ser punido com multa de até R$ 5.394. A Lei nº 8.266 foi sancionada em junho de 2020 e tem o objetivo de combater a divulgação de “fake news” sobre epidemias, endemias e pandemias no estado.
Alagoas Sem Fake
Com foco no combate à desinformação, a editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.