Confirmando o favoritismo durante a campanha, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi reeleito para mais quatro anos de mandato.
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O petista teve uma vitória maiúscula: com 78% das urnas apuradas, ele tinha 75,8% dos votos válidos, contra 21,8% de seu principal adversário, o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM).
Trata-se da maior vitória nas urnas de um governador do estado desde a redemocratização. Até então, a marca era de Cesar Borges, do antigo PFL, que alcançou 69,91% dos votos em 1998.
O resultado consolida um ciclo de 16 anos de governos petistas na Bahia, iniciado em 2007 e que, agora, será mantido até 2022. Também fará da Bahia o maior colégio eleitoral do país governado pelo PT nos próximos quatro anos.
Amparado por uma ampla coligação de 14 partidos, Costa consolidou seu favoritismo ao enfrentar uma oposição combalida após a desistência do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), da disputa pelo governo do estado.
Com uma estratégia de marketing bem sucedida, amparou-se na marca "Rui Correria" para colocar-se para o eleitor baiano como um gestor dinâmico.
Repetiu à exaustão o argumento de que manteve o nível de investimentos do estado mesmo num cenário de crise financeira, inaugurando obras como novos hospitais e a conclusão da segunda linha do metrô de Salvador.
Também teve como estratégia central a crítica ao governo Michel Temer (MDB), cujo mandato, de acordo com pesquisa Ibope, é desaprovado por 92% dos baianos.
O discurso deu certo: a aprovação de seu governo pelos eleitores cresceu de 61% para 74% no período de apenas um mês, também segundo pesquisas do Ibope.
A popularidade transformou o petista em cabo eleitoral. Se há quatro anos ele foi eleito com base em uma estratégia de vinculação à figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso em Curitiba, este ano foi o governador quem teve que amparar o presidenciável Fernando Haddad (PT), que era desconhecido da maioria dos baianos.
No campo da oposição, a candidatura de José Ronaldo, do DEM, para a disputa do governo revelou-se uma aposta frágil.
Político com atuação restrita à região de Feira de Santana, teve como missão tornar-se conhecido do eleitorado em uma campanha curta e ainda enfrentou uma série de disputas internas dentro de seu grupo político.
Sem sucesso, adotou tom crítico em relação ao governo de Costa, apontando problemas como a falta de vagas para cirurgias em hospitais, o baixo desempenho das escolas estaduais e os indicadores que colocam o estado na liderança em mortes violentas do Brasil –foram 7.110 em 2017.
A Bahia tem, ainda, 1,1 milhão de desempregados e outros 887 mil desalentados.
Para os indicadores desfavoráveis a sua gestão, Rui Costa tem sempre uma resposta guardada na cartola. Em geral, questiona as metodologias das avaliações que mensuram tanto os indicadores de violência quanto os índices da educação.
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