Romário insinua que Dunga ajuda empresários com convocações da seleção

Publicado em 22/09/2015, às 16h46
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Por Redação

Responsável por presidir a CPI do futebol no Congresso Nacional, o senador Romário ligou mais uma vez sua metralhadora de críticas ao falar sobre o futebol no Brasil. Entrevistado pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o ex-jogador declarou que existe um jogo de interesses por trás das convocações da seleção brasileira, atualmente comandada pelo técnico Dunga, seu ex-companheiro na conquista do Tetra nos Estados Unidos, em 1994.

- Os problemas são refletidos nas convocações. Dunga é meu amigo, mas não é a sua hora. Não convoca-se mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Uma provocação! Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações. É evidente para todos.

Apontando as eliminações na Copa do Mundo de 2014 e na Copa América de 2015 como verdadeiros "desastres", o Baixinho alegou que os jogadores têm sido afetados pelo momento político turbulento envolvendo a CBF e ainda afirmou que o técnico Dunga tem sua autonomia comprometida no comando do time nacional, principalmente nas convocações.

— A 100%. Eu acho que ele nem mesmo faz convocações como ele gostaria. Dunga está envolvido nessa sujeira da CBF. Eu não sei se ele está sujo, se participa, mas está vendo tudo. Não é nem cego nem estúpido. O que está acontecendo não é bom, e ele está participando. Não deveria voltar como treinador, não é mais seu tempo desde que perdeu a Copa do Mundo de 2010. A era pós-Scolari era uma oportunidade para renovar o ambiente.

Romário falou ainda sobre Ronaldo Fenômeno. Para ele, o ex-atacante "não é realmente capaz" de se tornar presidente da Confederação Brasileira de Futebol porque ainda não teria definido sua posição dentro do futebol após sua aposentadoria. 

Para o Baixinho, o nome ideal para assumir o cargo que hoje é ocupado por Marco Polo Del Nero é o de outro ex-companheiro de Copa do Mundo: Leonardo, que trabalhou como diretor em treinador no Milan e PSG. "Ele sim seria adequado. Entre os ex-jogadores, o colocaria como o primeiro da lista, mas isso não significa que assinaria sua candidatura", disse.

Inimigo público de Joseph Blatter, presidente da Fifa, Romário disse que "reza todos os dias" para que o dirigente seja preso e fez questão de mostrar pouca confiança em uma possível gestão de Michel Platini no comando do futebol mundial.

Para o senador, PLatini não teria nada a agregar na Fifa, já que "não há nada de positivo em sua maneira de administrar" a Uefa.

Quem também entrou na linha de críticas de Romário foi o brasileiro Zico. Para ele, o Galinho não está preparado para o cargo. O senador, no entanto, fez questão de deixar seu apoio ao ídolo do Flamengo.

"Quando Zico se tornou candidato, eu disse que era uma opção positiva, mas acho que não está preparado. Não corrupto, com certeza. Votaria nele. Mas não terá nenhuma chance. A CBF não o apoia", disse Romário.


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