Rodovia é interditada pela segunda vez em protesto à ação de mineradora em Craíbas

Publicado em 17/02/2022, às 10h02
Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais

Por TNH1 com 7Segundos

Moradores de Craíbas e região interditaram, mais uma vez, quatro trechos da rodovia AL-486, que dá acesso ao município, em protesto na manhã desta quinta-feira (17). Este é o segundo protesto realizado em um período de 10 dias. De acordo com os moradores, o protesto é motivado pelas consequências provocadas em função da exploração de cobre e ferro realizada pela Mineradora Vale Verde (MVV).  As principais denúncias das famílias que moram no entorno da área de atuação da empresa são as rachaduras nas casas devido ao impacto provocado pelo processo de detonação do solo, o barulho e a poeira que invade as residências. 

Os produtores rurais denunciam que o barulho provocado pelas explosões, além de incomodar os moradores, também afeta os animais. Vacas, cabras e ovelhas que estavam prenhas perduram os filhotes devido as constantes detonações realizadas pela mineradora.

Na semana passada, representantes da empresa tiveram uma reunião com as famílias de agricultores  e afirmaram que não será realizada a indenização das casas que, segundo os moradores, estão sendo afetadas pela ação da mineradora no Povoado Serrote da Lage e região.

"Eles disseram que as casas estão rachando porque foram mal construídas", afirmou um dos participantes do protesto.

Ainda segundo os moradores, diferente do primeiro protesto realizado no início do mês, eles vão permanecer bloqueando a rodovia até que o Ministério Público, a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Craíbas se manifestem no sentido de ajudá-los a resolver este caso.

Condutores de veículos que estiveram se dirigindo ao município de Craíbas pela rodovia AL 486 devem evitar esse acesso porque não há previsão de desbloqueio.

Outras denúncias - Nesta terça-feira (16) foram noticiadas denúncias de funcionários da Mineradora Vale Verde que estariam trabalhando sem o direito de garantias trabalhistas, como o adicional de insalubridade, já que eles trabalham diretamente em contato com a poeira e outras partículas de materiais naturais que são expelidos durante o processo de detonação para a extração do cobre e ferro. 

Em nota, A empresa MVV informou que prima pela segurança dos trabalhadores e destaca o uso de máscara, e outros equipamentos.  

A mineradora alega ainda  que “não há caracterização de ambientes de trabalho insalubres e que possui o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), com base em um conjunto de normas, procedimentos e instruções técnicas estruturadas e aplicáveis às atividades executadas em nossas dependências”, afirma a nota. 

Fim do protesto - Os manifestantes liberaram a pista no final da manhã e chegaram a uma acordo para serem recebidos pela direção da Vale Verde. Uma guarnição do Corpo de Bombeiros fez o rescaldo onde estava o foco do bloqueio na pista. As vias foram desobstruídas e o trânsito segue fluindo normalmente.

Gostou? Compartilhe