O Ministério da Justiça da Itália pediu oficialmente ao Brasil que o atacante Robinho, que está sem clube, seja extraditado para o país. O jogador, que tem passagens por clubes como Santos e Atlético-MG, no Brasil, e Real Madrid, Milan e Manchester City, na Europa, e disputou as Copas de 2006 e 2010 pela seleção, foi condenado em última instância a nove anos de prisão por estupro contra uma mulher em 2013. Mas o jogador corre o risco de ser extraditado para a Itália?
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De acordo com o inciso LI do artigo 5° da Constituição Federal de 1988, "nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei". Como, no Brasil, o estupro é considerado, desde 2009, um crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer pessoa), não há previsão de extradição nesse caso.
Amigo de Robinho também foi condenado - Em janeiro desse ano, o jogador e seu amigo, Ricardo Falco, foram condenados a nove anos de prisão. O crime aconteceu em uma boate em Milão, na Itália. A vítima, diferentemente de Robinho, esteve presente em todas as audiências ocorridas até a condenação. A Justiça italiana enviou o pedido de extradição ao governo do Brasil, devendo ser este analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
— Mulheres, denunciem, não tenham medo de seus agressores porque diante de cada agressor há outras dez pessoas boas prontas a te ajudar: um amigo, um familiar, um policial competente, um juiz, mas, sobretudo, a Justiça — disse ela, que não se identificou, ao UOL, na ocasião da condenação de Robinho.
A sentença é definitiva, não cabe mais recurso e a execução de pena deveria ser cumprida de maneira imediata. Desta forma, a Itália pode pedir que eles cumpram as penas em uma penitenciária brasileira a qualquer momento, mas a homologação da sentença penal condenatória, que deverá ser requerida perante o STF, só prevê reparação civil, que trata do pagamento de indenização em favor da vítima.
A vítima afirmou que a Justiça nunca pagará a dor de um crime, mas tem o poder de ajudar outra mulher a não sofrer violência sexual.
— Mesmo que ela [Justiça] não seja totalmente reconfortante, porque nunca pagará a dor, a raiva ou fará você voltar a ser a pessoa que era antes, a Justiça será reconfortante para outra mulher. Uma mulher que pode ser nossa mãe, nossa amiga, nossa irmã ou nossa filha. Só denunciando podemos evitar que isso volte a acontecer — disse.
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