Retrospectiva: CSA tem ano de resgate e, apoiado pela torcida, volta à Série C

Publicado em 26/12/2016, às 18h25

Por Redação

O PFC traz neste final de ano a retrospectiva dos principais clubes de Alagoas no ano. O destaque desta segunda-feira é o Centro Sportivo Alagoano. A chapa eleita em setembro de 2015 tinha uma única meta para o CSA em 2016: resgatar o Azulão. Encabeçada pelo presidente Rafael Tenório, a diretoria executiva confirmou o retorno do técnico Oliveira Canindé e iniciou janeiro agarrada apenas na única competição confirmada até aquele momento: o Campeonato Alagoano. 

Sem jogadores badalados no elenco, o CSA foi conquistando a confiança do torcedor marujo jogo após jogo. A estreia foi no dia 24 de janeiro, diante do Penedense, no Estádio Gérson Amaral, em Coruripe. O Azulão venceu por 3 a 0, gols de Didira, Jean Cleber e Kauhan. 

O escrete azulino ganhou entrosamento e invencibilidade na primeira fase do Alagoano. Venceu o Ipanema (4 a 0), Coruripe (1 a 0), Penedense (5 a 1) e Santa Rita (2 a 0). O primeiro Clássico das Multidões aconteceu dia 21 de fevereiro. Bocão fez o gol do CRB, e Luis Soares empatou para o Azulão. O CSA ainda meteu uma bola na trave no final do jogo. O empate teve sabor amargo para os marujos. 


Torcida do CSA provocou os regatianos no primeiro clássico de 2016 (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Vitória para lavar a alma

Logo após o clássico, quatro triunfos em sequência. O êxtase aconteceu na nona rodada, diante do maior rival, no Rei Pelé. Mandante naquele confronto, o CRB tinha a maioria da torcida nas arquibancadas. Didira abriu o placar em um belo chute de fora da área, superando o goleiro Júlio César. Soares ampliou ainda no primeiro tempo e comemorou com gestos de binóculo, provocando o rival em referência à música "Cadê você?", dos azulinos, insinuando o baixo público do Regatas no começo do Estadual.

No retorno da segunda etapa, Lúcio Maranhão diminuiu e comemorou tremendo a mão, em alusão à provocação dos regatianos de que o Azulão "treme" quando enfrenta o rival. Show de rivalidade sadia dentro e fora de campo.

Quando o jogo se desenhava para o equilíbrio, Soares, em contra-ataque, driblou Júlio César fora da área, mas foi derrubado pelo goleiro. O árbitro José Ricardo Laranjeira expulsou o arqueiro alvirrubro com vermelho direto. O técnico Mazola Jr. já havia feito todas as substituições e precisou improvisar no gol o zagueiro André Vinícius, que estava lesionado. O CSA se organizou e aproveitou as lacunas do adversário. Panda e Kauhan ampliaram o placar para 4 a 1 e "lavaram a alma" dos azulinos, que não venciam o CRB desde 2013. 

Calendário

O hexagonal do Alagoano continuou com um CSA tranquilo e vencedor. Murici (3 a 0), Coruripe (2 a 1) e ASA (1 a 0) foram as primeiras vítimas. Contra o Santa Rita, em Boca da Mata, aconteceu a primeira derrota (2 a 0), dia 13 de abril.

O último jogo do hexagonal foi o clássico com o CRB, no Rei Pelé, com mando de campo marujo - conquistado pela melhor campanha na fase inicial. Leandro Souza, contra, abriu o placar para o Galo. João Paulo Penha empatou no segundo tempo e Bismark virou o jogo aos 42". Aparecia ali o favorito ao título. 

A partida mais importante do Alagoano foi a semifinal com o Murici. Era o duelo que decidiria a vaga para a Série D e manteria vivo o sonho do acesso à Série C. No José Gomes da Costa, empate em 2 a 2, gols de Katê (2), Didira e Leandro Souza, esse aos 47 do segundo tempo. Sufoco para o Azulão.

A decisão no Rei Pelé foi dia 24 de abril. O clima de ansiedade e apreensão tomava conta do estádio. O ano do CSA seria decidido naquela noite. Logo na primeira etapa, Didira desperdiçou um pênalti para o Azulão, mas Rafael Oliveira abriu o placar aos 42". No segundo tempo, Jean Cleber recebeu lançamento, cortou o zagueiro e marcou um golaço. Fidel ainda descontou para o Murici, mas a classificação ficou mesmo com o CSA.

Os torcedores não contiveram as lágrimas, assim como o presidente Rafael Tenório. A passagem do Azulão estava fechada para a Série D. O sonho continuava vivo. 


Presidente Rafael Tenório se emocionou com a vaga na Série D (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Final manchada

Depois de eliminar o Coruripe, o CRB chegou na decisão com o CSA. Mandante na ida, o Galo cantou alto, aproveitou os vacilos defensivos de um Azulão sem Panda, lesionado, e venceu por 2 a 0.

A grande decisão contou com casa cheia e mando azulino. Sem romper a meta de Juliano, o time de Oliveira Canindé sucumbiu ao de Mazola Jr. Neto Baiano fez o gol que deu o título ao Regatas. Ao término da final, invasão de campo e pancadaria entre as duas torcidas. 

Série D

Entre a final do Alagoano e o início do Brasileiro, o CSA perdeu o artilheiro Luis Soares para o Atlético-GO, da Série B, renovou com boa parte do elenco, exceto o capitão Henrique Choco, os atacantes David Denner e Rafael Oliveira, e alguns outros reservas, e fez algumas contratações, como os centroavantes Jônatas Obina e Marcelo Nicácio. 


Torcida do Azulão abraçou a causa e jogou junto ao time na Série D (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

A Quarta Divisão do Brasileiro reservou o Grupo A6 para o CSA. A estreia foi com derrota para o Parnahyba, no Piauí, por 2 a 1. Em casa, vitórias sobre Guarani (6 a 0) e Central (2 a 1) animaram o clube. Fora de Maceió, empate com o Central (0 a 0) e triunfo sobre o Guarani (3 a 2). Já classificado, o Azulão empatou com o Parnahyba em 1 a 1, no Rei Pelé. 

Alagoas x Piauí 

O primeiro mata-mata foi contra o Parnahyba. Brilhou a estrela de Cleyton, no jogo de ida. Vitória do CSA por 2 a 1. No Trapichão, Panda, Didira e Azul fizeram os gols da tranquila classificação. 

O Altos, melhor time da competição e invicto até então, era o adversário no segundo mata-mata. Cleyton, duas vezes, e Didira construíram o placar no Rei Pelé. O duelo da volta, em Teresina, reservou fortes emoções. Embalado pelo fator casa, o Altos foi para cima e já vencia a partida por 2 a 0 aos nove minutos do segundo tempo. Jefferson cresceu e fechou o gol, segurando a classificação para os alagoanos. 

Adeus, Série D

Faltava apenas um mata-mata para subir de divisão, e a tabela pôs o Ituano na frente do CSA. A torcida se mobilizou e viajou até Itu para torcer pelo Azulão. Incentivado pelos cânticos na arquibancada, o time marujo fez a melhor partida na competição e derrotou os paulistas por 2 a 1, gols de Bismark e Obina.

A euforia dos azulinos em Alagoas foi geral. CT do Mutange lotado de torcedores que assistiram ao jogo. Recepção calorosa no aeroporto. O acesso estava muito próximo. Até uma derrota por 1 a 0 colocaria o CSA na Série C. 


Torcida maruja recepcionou o time no aeroporto após vitória em Itu

Mais de 16 mil azulinos lotaram o Rei Pelé no dia 4 de setembro. A festa estava pronta. Preparado para alçar voo e chegar na Terceirona, o Azulão fez uma partida segura, sem dar chances ao adversário. Queridinho da torcida, o meia-atacante Cleyton anotou o único gol do jogo ainda no primeiro tempo e se isolou na artilharia do time.

Sem maiores sustos no final da partida, o torcedor do CSA pôde finalmente comemorar o inédito acesso e gritar: "Adeus, Série D". 


Torcedores do Azulão colocaram um letreiro na grande arquibancada do Rei Pelé e formaram a frase "Adeus, Série D" (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

O Azulão ainda eliminou o São Bento na semifinal, vitória no Rei Pelé (2 a 0), gols de Rayro e Didira, e derrota por 1 a 0 em São Paulo, com direito a temporal. A grande final foi diante do Volta Redonda. O título Nacional para o futebol alagoano não foi conquistado. Empate sem gols em Maceió e goleada carioca no Rio de Janeiro (4 a 0). O resultado, no entanto, não apagou a grande campanha do CSA na Série D. 

Torcida dá show

Um dos principais destaques do CSA em 2016 foi a torcida. Os azulinos não abandonaram o clube e foram fundamentais no resgate do Azulão. Os torcedores marujos lideraram a média de público no Campeonato Alagoano, com público total de 99.785 e média de aproximadamente 9.785 por jogo. A situação se repetiu com folga na Série D do Brasileiro. 


Desenhos em 3D foram destaques nos jogos do CSA no Rei Pelé (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

2017

O planejamento para o ano que vem está forte e em andamento. O Azulão fechou parceria com a Umbro, nova fornecedora de material esportivo do clube. Os primeiros uniformes não foram bem recebidos pela torcida, mas a diretoria e a empresa trabalham para reajustar os produtos.

Os principais jogadores do Brasileiro e a comissão técnica tiveram os contratos renovados, desta vez, com calendário até o final da temporada. Nomes como Leandro Souza, Douglas, Panda, Cleyton, Didira, Luis Soares, Daniel Cruz e Oliveira Canindé dão a esperança para o torcedor azulino ter dias ainda melhores na disputa do Campeonato Alagoano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série C do Campeonato Brasileiro em 2017. 

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