O PFC traz nesta terça-feira (27) a segunda retrospectiva dos principais clubes alagoanos. A bola da vez é o Clube de Regatas Brasil. O ano de 2016 marcou a primeira temporada do Galo na nova casa, o Complexo de Treinamento Ninho do Galo, na Barra de São Miguel. Sob o comando do técnico Mazola Jr., remanescente de 2015, o Regatas tinha vários objetivos para a temporada: conquistar o Alagoano, brigar pela Copa do Nordeste, ter boa campanha na Copa do Brasil e na Série B do Brasileiro.
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O elenco apresentado em janeiro era formado por nomes famosos e apostas. No ataque, por exemplo, Neto Baiano e Lúcio Maranhão vestiram pela primeira vez a camisa alvirrubra. O meia Dakson (ex-Vasco) foi a referência no meio-campo. O experiente lateral-esquerdo Diego também surgiu entre os nomes de destaque.
A estreia no Alagoano foi dia 24 de janeiro. O Galo não tomou conhecimento e goleou o Murici por 5 a 1, gols de Lúcio Maranhão, Jônatas, Diego Jussani e Marcelinho (2).
O Alvirrubro ainda venceu o ASA (2 a 1) e Sete de Setembro (2 a 1), perdeu para o Murici (3 a 1), derrotou o CSE (1 a 0) e empatou o primeiro clássico com o CSA (1 a 1), gol de Bocão.
Brilha a joia
No dia 28 de fevereiro, no Rei Pelé, o torcedor regatiano viu o CRB vencer o ASA por 3 a 1. O destaque da partida foi o jovem Luidy, atacante de baixa estatura, bom drible e velocidade. Aos 42" do primeiro tempo, ele fez grande jogada individual e finalizou com categoria, anotando o segundo gol do Galo.
Copa do Nordeste
Ao lado de Estanciano-SE, Coruripe e América-RN, no Grupo B, o Regatas estreou com vitória fora de casa,diante do Estanciano, por 2 a 1, gols de Somália e Érico Junior. Em seguida, derrota para o Coruripe no Rei Pelé (1 a 0), vitória sobre o América-RN (3 a 1), gols de Neto Baiano (2) e André Vinícius, no Trapichão; derrota para o América-RN (1 a 0) em Natal e triunfo sobre o Coruripe (3 a 1), gols de Somália e Neto Baiano (2), no Gérson Amaral.
O último jogo da fase de grupos foi um empate sem gols com o Estanciano, no Rei Pelé, dia 23 de março. A torcida perdeu a paciência com a irregularidade do time e jogadores como Érico Junior, Marcelinho, Flavinho, Luiz Fernando e Dakson.
Lúcio Maranhão comemora o gol sobre o Sport pela Copa do Nordeste (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
O mata-mata das quartas de final separou o Sport no caminho do Galo. Em Maceió, triunfo alagoano por 2 a 1, gols de Lúcio Maranhão e Somália. A vantagem do empate animou os regatianos para o jogo na Ilha do Retiro.
Em Recife, a torcida do Leão criou um verdadeiro caldeirão para pressionar o CRB. O ambiente surtiu efeito. O Sport venceu por 1 a 0, gol de Renê, eliminou o time alagoano e passou de fase. O Alvirrubro, no entanto, tentou o empate até o final e caiu de pé, diante de um adversário de Série A. O jogo marcou também a estreia do meio-campista Marcos Aurélio com a camisa regatiana.
Oscilação e desconfiança
De volta ao Alagoano, o Galo teve dores de cabeça com o desempenho do time em campo. Sem encaixar algumas peças, a equipe de Mazola Jr. deixava a desejar e passou a sofrer nos clássicos com o CSA. O primeiro, com mando de campo azulino, terminou empatado em 1 a 1.
O segundo, na nona rodada da primeira fase, com maioria regatiana, teve domínio do rival na primeira etapa, expulsão do goleiro Júlio César e goleada do Azulão por 4 a 1. O gol do Regatas foi anotado por Lúcio Maranhão. A rivalidade chegou ao ápice e balançou o cargo do técnico Mazola Jr., que avisou: "A final é em maio".
O Hexagonal começou com vitória sobre o Coruripe (2 a 1), mais uma diante do ASA (2 a 1), empate sem gols com o Santa Rita, derrota para o Murici (3 a 1) e outro resultado negativo no clássico com o CSA, desta vez por 2 a 1, de virada, em um mando de campo azul e branco por conta da melhor campanha maruja na primeira fase. A oscilação da equipe, a eliminação na Copa do Nordeste e as derrotas para o CSA traziam desconfiança ao torcedor regatiano.
Na semifinal, vitória diante do Coruripe por 2 a 0, gols de Lúcio Maranhão e Luidy, no Rei Pelé. No Gérson Amaral, triunfo do Hulk por 1 a 0. As vagas na final e nas Copas do Brasil e do Nordeste 2017 estavam garantidas. Mas chegar na decisão sem vencer o rival e oscilando em campo era algo preocupante.
Quem ri por último, ri melhor
Torcida do Galo foi fundamental na final do Alagoano (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
A torcida deixou a descrença de lado e apoiou o time na final. O primeiro jogo foi com mando do Regatas. Os torcedores formaram o mosaico com a palavra "Lutem" e jogaram junto à equipe. Pesou a experiência do elenco alvirrubro e jogadores criticados como Dakson e Neto Baiano fizeram a diferença. O Galo venceu o Azulão por 2 a 0, gols de Diego e Neto Baiano, e abriu vantagem na decisão.
Podendo perder por até 1 a 0, o CRB foi para a final confiante. Mazola optou por um esquema fechado e jogar no contra-ataque. Juliano fechou a meta alvirrubra e a coroação veio no fim, com gol de Neto Baiano. Mesmo com as cenas de selvageria entre as duas torcidas dentro de campo, no apito final, com os ânimos mais calmos, quem comemorou o bicampeonato foi o Galo.
Regatianos comemoram conquista do bicampeonato estadual e provocam rivais (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Jogadores, comissão técnica e torcedores não perdoaram os azulinos e devolveram a provocação do gesto de binóculo e da música "Cadê você?", criados pelos marujos em referência ao baixo público do Regatas no início da temporada. Quem riu por último na final do Alagoano foi o CRB.
Copa do Brasil
A competição nacional separou o Ivinhema-MS na fase inicial. O Galo venceu por 2 a 0, gols de Dakson e Lúcio Maranhão, e eliminou o adversário. Na segunda fase, o Vasco da Gama foi a pedra no sapato. A derrota por 1 a 0 no Rei Pelé e o empate por 1 a 1 em São Januário acabaram com as chances do Alvirrubro na competição.
CRB e Vasco duelaram pela Copa do Brasil no Rei Pelé (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Reformulação na Série B
Após o Alagoano, o atacante Lúcio Maranhão foi negociado, o CRB desligou os jogadores Dakson, Marcos Aurélio, Flavinho, Érico Junior, Luiz Fernando e André Vinícius, anunciou os retornos de Gérson Magrão e Zé Carlos, e contratações de reforços como Flávio Boaventura, Adalberto, Wellington Junior, Róger Gaúcho e outras peças.
A reformulação no elenco surtiu efeito e o time começou a Segundona encorpado, vencendo o Londrina por 1 a 0, gol de Luidy. O Regatas fez um grande primeiro turno e permaneceu no G-4 por 14 rodadas consecutivas. Era o sonho do acesso para a elite do futebol brasileiro.
Doping, caso de polícia e imbróglio
O auge da campanha regatiana na Série B teve casos polêmicos fora de campo. O volante Olívio foi pego no exame antidoping, na partida contra o Vasco, pela Copa do Brasil. Primeiro ele foi suspenso preventivamente por 30 dias. Depois pegou um ano de suspensão.
Outro caso polêmico envolveu o atacante Zé Carlos, acusado de agredir uma jovem em um bar. O CRB não se manifestou sobre o caso. O jogador terminou sendo indiciado por agressão leve.
Anunciados pelo presidente Marcos Barbosa, o meia Élton e o atacante Maxwell tiveram problemas com documentação e não foram regularizados, deixando o clube sem reforços na reta final do campeonato.
Melhor campanha
Embalado por grandes jogos, como a vitória sobre o Náutico por 3 a 1, gols de Gérson Magrão, Matheus Galdezani e Róger Gaúcho, na Arena Pernambuco, e o histórico triunfo diante do Vasco por 2 a 1, gols de Zé Carlos, em São Januário, o Regatas chegou na reta final da Série B lutando pelo acesso.
Arquibancada do Rei Pelé foi palco dos mosaicos da torcida do Galo (Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)
O técnico Mazola Jr. chegou a afirmar que uma vitória sobre o Náutico, no Rei Pelé, colocaria o Galo na Série A. Os três pontos vieram, com gol de Galdezani, mas o tropeço para o Paysando no Trapichão acabou com as chances de acesso. O CRB se despediu da Série B com a melhor campanha na história dos pontos corridos, somando 58 pontos e encerrando a competição em sétimo.
Revelação
O clube voltou a revelar um bom jogador. Destaque do time na temporada, Luidy chamou a atenção dos grandes times do Brasil e foi negociado com o Corinthians por R$1,2 milhão. O jogador tem 20 anos e marcou seis gols na Série B.
Jovem Luidy foi a revelação do Regatas em 2016 (Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)
Renovações e contratações
Ao término da Segundona, o CRB perdeu peças importantes. O técnico Mazola Jr. informou que tinha problemas particulares, não renovou e terminou acertando com o Vila Nova. O goleiro Júlio César anunciou aposentadoria no último jogo da Série B, mas voltou atrás e vai jogar a Série A2 do Paulista. O meia Gérson Magrão e o atacante Zé Carlos não agradaram o presidente Marcos Barbosa e também não defendem mais o Regatas.
O Galo confirmou até o momento as contratações do lateral-esquerdo Jeferson Recife, o lateral-direito Edson Ratinho, os volantes Jorginho e Yuri, o meia Clebinho e os atacantes Elias e Maxwell.
Lateral Edson Ratinho, meia Clebinho e atacante Elias são alguns dos reforços do Galo
Fora os reforços, o clube renovou os contratos dos goleiros Juliano e Bruno, dos laterais Marcos Martins e Diego, dos zagueiros Adalberto, Flávio Boaventura, Gabriel e Audálio, e do atacante Neto Baiano, além do volante Olívio, que só poderá jogar em setembro do ano que vem, suspenso pelo STJD por doping.
2017
Marcos Barbosa foi aclamado presidente do CRB pela quarta vez consecutiva. O dirigente tem como objetivos a conquista do tricampeonato alagoano e a Copa do Nordeste para o último mandato. Ele espera ainda comprar outros patrimônios para o Galo e melhorar o departamento médico regatiano com novos equipamentos.
O crescimento do programa de sócio torcedor e o acesso para a Série A do Brasileiro também são metas ambiciosas do CRB para a próxima temporada.
(Foto: Tom Carvalho / Arte)
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