O PFC traz nesta quarta-feira (28) a última retrospectiva dos três principais clubes do futebol alagoano. A Agremiação Sportiva Arapiraquense passou por altos e baixos na temporada 2016. Disputando o Campeonato Alagoano, a Copa do Brasil e a Série C do Campeonato Brasileiro, o ASA brigou o tempo inteiro com a crise financeira.
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Sob a batuta do técnico Vica, o Alvinegro, limitado pela falta de recursos, montou um elenco enxuto e sem grandes nomes. O experiente meia Raul, conhecido da torcida, ganhou a camisa 10 e a responsabilidade de liderar o meio-campo da equipe. Eninho também chegou a ser apresentado, mas terminou pedindo para sair por problemas pessoais.
A estreia no Alagoano foi dia 24 de janeiro, contra o Ipanema, no Estádio Arnon de Mello. Jean Carlos e Klenisson fizeram os gols da vitória por 2 a 1. A segunda rodada foi de clássico e derrota para o CRB por 2 a 1 em casa. Os outros quatro jogos foram de vitórias consecutivas: Penedense (3 a 1), Ipanema (1 a 0), Coruripe (2 a 1) e Santa Rita (4 a 0).
A primeira fase teve ainda outra derrota para o CRB (3 a 1) no Rei Pelé, vitória sobre o Penedense (3 a 1) e derrotas para Santa Rita (2 a 1) e Coruripe (2 a 1).
Desastre
Em queda livre no rendimento dentro de campo, a campanha do ASA foi desastrosa no Hexagonal. O Fantasma empatou com o Santa Rita (1 a 1), perdeu novamente para o CRB (2 a 1) em Arapiraca e foi derrotado pelo CSA (1 a 0) no Rei Pelé. A sequência negativa resultou na demissão do técnico Vica. B
etinho Nascimento foi chamado às pressas, mas o Alvinegro caiu diante do Coruripe (2 a 1) no Coaracy da Mata Fonseca e empatou sem gols com o Murici fora de casa. Nenhuma vitória nos cinco jogos disputados.
Vica não resistiu aos maus resultados e foi demitido durante o Hexagonal (Foto: Arquivo TNH1)
A eliminação no Estadual e a impossibilidade de lutar por vagas na Copa do Nordeste e Copa do Brasil 2017 desestabilizaram o ambiente. Alguns jogadores foram desligados do clube, como o lateral Chiquinho, o volante Everton Heleno e o meia Raul.
Copa do Brasil
O ASA, que havia perdido o duelo de ida para o Gênus-RO por 2 a 0, ainda com o técnico Vica à frente do time, buscou reagir em Arapiraca. Betinho Nascimento até tentou, mas o plano não deu certo. O Fantasma venceu por 2 a 1 e terminou eliminado na primeira fase.
Renúncia
Sem verba em caixa e acumulando dívidas, a diretoria executiva, encabeçada pelo presidente Bruno Euclides, entregou a carta renúncia após a saída na Copa do Brasil.
Bruno Euclides renunciou ao cargo de presidente do ASA no final de abril (Foto: Nasário Silva / Rádio Pajuçara)
Emergência
Hellycarlos Albuquerque foi conduzido ao cargo de presidente, anunciou o técnico Jaelson Marcelino e um pacote de reforços do Coruripe para a Série C do Brasileiro.
Técnico Jaelson Marcelino, Hellycarlos Albuquerque e o preparador físico Rodrigo Albuquerque (Foto: Nasário Silva / Rádio Pajuçara)
Empolgação e crise
O Alvinegro foi ao mercado e acertou com Willames José, Reinaldo Alagoano, Jefferson Baiano e Aurélio, peças destaques no início da Terceirona. Jaelson organizou a equipe, estreou com empate em casa diante do Confiança, venceu o Remo em Belém e empatou novamente em casa diante do Salgueiro.
Quando a situação parecia mais calma, um desentendimento financeiro mudou a rota mais uma vez. Jaelson Marcelino expôs alguns problemas operacionais do clube fora de campo e o presidente Hellycarlos Albuquerque não gostou. Sobrou para o técnico, que foi substituído por Paulo Foiani.
Superação
Superando vários problemas, o ASA cresceu na Série C. Foram seis vitórias, oito empates e apenas quatro derrotas na fase de grupos. Reinaldo Alagoano esteve inspirado e assumiu a artilharia do ataque.
O último confronto da primeira fase, contra o ABC, em Natal, reservou pitadas de drama e emoção na vida do Fantasma. A derrota tirava o time alagoano do G-4. Perdendo por 2 a 1 até os 43 minutos da segunda etapa, o ASA lutou até o final e foi coroado com o gol salvador de Reinaldo Alagoano. O empate carimbou o passaporte do Alvinegro para as quartas de final.
Superação e raça marcaram a campanha do ASA na Série C (Foto: Valdeir Góis / Ascom ASA)
Noite infeliz
Em Arapiraca, o Guarani, que tinha a melhor campanha do Grupo B, sofreu nas mãos dos donos da casa. Diogo acertou dois belos chutes e ajudou a construir o placar de 3 a 1 no Coaracy da Mata Fonseca. Reinaldo anotou o outro gol e chegou aos nove gols. O retorno à Série B estava muito próximo.
A decisão em Campinas tinha clima de Libertadores. Parte da torcida do Bugre recepcionou a delegação alagoana com hostilização e pedradas. A polícia precisou intervir para o ônibus do clube chegar ao estádio.
Dentro de campo, o time sentiu a pressão e sucumbiu diante de um adversário determinado a buscar a classificação. Em uma noite muito infeliz do goleiro Thiago Braga, o ASA perdeu por 3 a 0 e deu adeus ao sonho do acesso. O arqueiro falhou em dois lances cruciais que resultaram em gols do Guarani.
Planos e problemas
De volta ao planejamento para 2017, o clube passou por eleições. O radialista Nelson Filho foi aclamado presidente do ASA para o biênio 2017/2018 e formou a chapa com nomes de peso, como o ex-presidente Zé da Danco e o dirigente Marcelo de Jesus.
Nelson Filho (de paletó) é o novo presidente do ASA (Foto: Divulgação / Ascom ASA)
Ao mesmo tempo em que monta o elenco para a próxima temporada, a diretoria alvinegra tem lidado com imbróglios jurídicos de ações trabalhistas executadas por ex-jogadores do clube.
2017
Sem tempo a perder, o Fantasma confirmou Maurílio Silva no comando técnico da equipe. O novo elenco foi apresentado ao torcedor arapiraquense em um evento do lançamento do novo uniforme, assinado pela parceira Numer. O destaque do novo plantel fica por conta do ataque, formado por Leandro Kível, Jefferson Baiano, Jean Carlos e Tiago Lima.
Elenco alvinegro foi apresentado com os novos uniformes do Fantasma (Foto: Divulgação / Ascom ASA)
Em meio à crise, o ASA tenta se reerguer e fazer do próximo ano um marco nas disputas do Campeonato Alagoano, Copa do Brasil e Série C do Campeonato Brasileiro.
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