por Edson Moura
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Após a aprovação dos Conselhos de Administração do Renault Group e da Nissan Motor, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi anunciou hoje uma série de novas iniciativas para elevar sua parceria a um novo patamar.
Com objetivo de maximizar a criação de valor para todos os stakeholders da Aliança, este programa em três dimensões incluirá:
Novidades para América Latina
Os quatro projetos na América Latina incluem:
Índia
Para a Índia e exportações, o Renault Group e a Nissan vão trabalhar de forma colaborativa em vários projetos de novos veículos – incluindo novos SUVs – compartilhados pelo Renault Group e a Nissan, bem como um novo carro da Nissan derivado do Renault Triber.
Além disso, da mesma forma como na América Latina, a Nissan e o Renault Group também estão considerando veículos elétricos comuns do segmento A.
Europa
Europa
Estas iniciativas vão fortalecer compromissos anteriores, incluindo os planos para o futuro veículo elétrico compacto da Nissan (segmento B) baseado na plataforma CMF-BEV, que será produzido na planta ElectriCity do Renault Group na França, a partir de 2026.
Além dos veículos: parceria em distribuição, serviços pós-venda, infraestrutura de recarga e bateria
Na Europa, o escopo da parceria vai além dos veículos para cobrir o ciclo de vida: da distribuição ao fim de vida do veículo, passando pelo uso e reciclagem.
Distribuição, serviços pós-venda e financiamento das vendas: o Renault Group, a Nissan e a Mitsubishi Motors estão trabalhando em torno de oportunidades comuns na rede de distribuição para apoiar, aumentar a rentabilidade e reduzir os custos das concessionárias:
Aumentando o número de pontos de venda compartilhados nos mercados-chave.
Desenvolvendo estratégias comuns em veículos seminovos, serviços pós-venda e financiamento das vendas, aproveitando a forte presença da Mobilize Financial Services na Europa.
Infraestrutura de recarga de veículos elétricos: o Renault Group e a Nissan pensam em implementar infraestruturas de recarga em conjunto na Europa, nas concessionárias do Renault Group e da Nissan (charging@dealer).
Economia circular: o Renault Group e a Nissan pretendem escolher empresas parceiras comuns para a reciclagem de baterias em fim de vida e dos resíduos de produção.
Maior agilidade estratégica com novas iniciativas em torno das quais as empresas parceiras podem se unir
Em relação à segunda dimensão da parceria, as três empresas da Aliança concordaram em explorar suas estratégias existentes em eletrificação e tecnologias de baixas emissões, investindo e trabalhando em conjunto em projetos próprios a cada empresa parceira, o que representaria um valor incremental para cada uma.
Estas iniciativas estratégicas ágeis são concebidas para fortalecer os planos de negócio das empresas-membro, principalmente o Nissan Ambition 2030 e o Renaulution, permitindo maximizar os compartilhamentos e oportunidades de investimento para atingir seus respectivos objetivos de crescimento sustentável e descarbonização.
Projetos operacionais de forte criação de valor
Um ano após ter definido o roadmap da Aliança para até 2030, as empresas anunciam novos projetos-chave na América Latina, Índia e Europa, com o objetivo de entregar às empresas-membro da Aliança resultados mutuamente benéficos, de grande escala e tangíveis de acordo com três dimensões: mercados, veículos e tecnologias. Cada empresa se beneficiará destes projetos de criação de valor em médio prazo, realizando benefícios em curto prazo graças ao compartilhamento e otimização de custos.
Prazos para implantação
O Renault Group e a Nissan firmaram um acordo de princípio vinculativo para as transações mencionadas acima, com o objetivo de chegar a acordos definitivos até o fim do primeiro trimestre de 2023. As transações contempladas por estes acordos definitivos seriam submetidos a um número limitado de condições suspensivas – incluindo as aprovações regulamentares – e a finalização da transação deve ocorrer no quarto trimestre de 2023.
Este programa de grande abrangência abre caminho para a renovação e fortalecimento desta parceria de 24 anos, criando um novo espírito ágil e potencializando as tecnologias pioneiras das três empresas-membro da Aliança. Esta nova parceria vai criar ainda mais oportunidades de crescimento e ajudar a melhorar a eficiência operacional de cada empresa para inovar e se transformar no mercado automotivo e de novas mobilidades, que está em constante evolução.
Os detalhes do acordo de princípio foram anunciados durante uma coletiva de imprensa comum em Londres.
As áreas de colaboração consideradas incluem:
Reequilíbrio das participações cruzadas entre o Renault Group e a Nissan e fortalecimento da governança da Aliança
Como cada empresa da Aliança executa seus próprios planos de negócio, era importante implementar uma estrutura de participações cruzadas e modalidades de governança alinhadas aos objetivos desta nova parceria. Os acordos anteriores da aliança permitiram que as empresas implementassem suas estratégias respectivas durante os 24 últimos anos, mas agora é necessário um novo programa para permitir que as empresas-membro da Aliança se preparem melhor para as futuras oportunidades industriais.
O Renault Group e a Nissan, empresas-membro fundadoras da Aliança, concordaram em reequilibrar suas participações cruzadas e as modalidades de governança para garantir a eficiência de sua parceria e maximizar a criação de valor.
Um acordo de princípio vinculativo define as regras das novas diretrizes de governança e do reequilíbrio das participações cruzadas entre o Renault Group e a Nissan. As duas empresas preveem firmar um novo acordo até 31 de março de 2023, que substituirá os acordos atuais que regem a Aliança (ou seja, Restated Alliance Master Agreement, Alliance Equity Participation Agreement e Memorandum of Understanding, de 12 de março de 2019).
Este novo acordo entrará em vigor para um período inicial de 15 anos.
Reequilíbrio das participações cruzadas entre o Renault Group e a Nissan
A Nissan e o Renault Group teriam uma participação cruzada de 15%, com a obrigação tanto de manter como limitar suas participações.
O Renault Group transferiria 28,4% das ações da Nissan a uma fidúcia francesa, onde os direitos de voto seriam “neutralizados” para a maioria das decisões, com exceção de:
Eleição ou revogação dos administradores da Nissan nomeados pelo Renault Group, em que o fiduciário deverá votar de acordo com as diretivas do Renault Group;
Eleição ou revogação dos administradores que são nomeados pelo Comitê de Nomeação da Nissan, a não ser os candidatos do Renault Group, em que o fiduciário deverá votar em favor das decisões e das propostas do Comitê de Nomeação da Nissan; e
Propostas dos acionistas não apoiadas pelo Conselho de Administração da Nissan (em que o fiduciário deverá se abster).
O Renault Group continuaria se beneficiando plenamente dos direitos econômicos (dividendos e produtos de cessão de ações) associados às ações possuídas pela fidúcia até a venda destas ações. Esta transação não ocasionaria nenhuma depreciação nas demonstrações financeiras do Renault Group.
Após a transferência de 28,4% das ações da Nissan à fidúcia, a Nissan teria condições de exercer os direitos de voto atrelados à sua participação no Renault Group.
Os direitos de voto do Renault Group e da Nissan seriam limitados a 15% dos direitos de voto exercíveis. O Renault Group e a Nissan terão condições de exercer livremente seus direitos de voto até este limite.
O Renault Group daria instruções ao fiduciário para vender as ações da Nissan possuídas na fidúcia se isso for comercialmente razoável para o Grupo, mas não terá nenhuma obrigação de vender as ações em um prazo específico pré-determinado.
O Renault Group teria toda flexibilidade para vender as ações da Nissan mantidas na fidúcia, no âmbito de um processo organizado e estruturado com a Nissan, no qual a Nissan se beneficiaria de um direito de primeira oferta, em seu próprio benefício ou em benefício de um terceiro por ela designado.
Direitos de voto e governança
Em razão destas novas disposições, o acordo de governança firmado em 4 de fevereiro de 2016 entre o Renault Group e o Governo da França relativo à sua participação no Renault Group seria rescindido. Isso permitiria ao Governo Francês exercer livremente todos seus direitos de voto no Renault Group.
O Renault Group manteria o direito de nomear dois representantes para o Conselho de Administração da Nissan, e a Nissan manteria o direito de nomear dois representantes para o Conselho de Administração do Renault Group.
O Conselho Operacional da Aliança (Alliance Operating Board) continuaria sendo a instância de coordenação do Renault Group, da Nissan e da Mitsubishi Motors.
Com assessoria
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