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Apesar do aparente compromisso com o governo petista, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na prática tem tido tratamento de oposicionista.
É que suas emendas orçamentárias, prerrogativa de todos os parlamentares, continuam à espera de liberação do Palácio do Planalto, tanto quanto as demais emendas de deputados da oposição.
Para observadores, o presidente Lula (PT) está aguardando que o presidente da Câmara lhe peça para liberar as suas emendas e a partir daí estabelecer a regra da contrapartida, na base do “é dando que se recebe”.
No meio dessas eventuais tratativas ainda tem a questão da definição do sucessor na presidência da Casa, que Lira articula mas o governo faz questão de também participar das negociações, visando um eventual controle do Legislativo.
É mais capítulo na relação de permanente desconfiança entre Arthur Lira e Lula, pelo fato de o presidente da Câmara dos Deputados ter sido aliado e personagem de proa na campanha frustrada de reeleição de Jair Bolsonaro.
Outro indicativo da tensão nesse relacionamento: o PP, partido de Arthur Lira, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contra uma medida provisória do governo que altera regras de dedução do PIS/Cofins – a intenção do governo com a MP é compensar a perda de receita com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, inclusive agronegócio e exportações.
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