Ratos-toupeira-pelados podem conter a chave para 'a fonte da juventude'

Publicado em 21/08/2023, às 14h02
Foto: Reprodução
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Por Época Negócios

Um pequeno animal bastante curioso pode conter informações preciosas sobre o antienvelhecimento: trata-se do rato-toupeira-pelado, espécie que vive muito mais tempo que outros roedores. De acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Kumamoto (Japão), a maioria dos camundongos, ratos e hamsters não vive mais do que cinco anos, enquanto os ratos-toupeira chegam a mais de 30 anos.

Apesar do seu visual enrugado, os ratos-toupeira possuem características únicas que os ajudam a evitar doenças relacionadas à idade, como o câncer. Uma dessas características é a capacidade de remover um tipo específico de células disfuncionais que permanecem no corpo e causam problemas de saúde – para os cientistas, entender esse processo pode ajudar a desenvolver medicamentos e terapias antienvelhecimento que façam o mesmo no corpo humano.

Como destaca o Business Insider, parte do processo de envelhecimento, tanto em humanos quanto em roedores, é que algumas células param de crescer e se dividir normalmente, atividade que é fundamental para criar tecidos saudáveis. Essas células, conhecidas como células senescentes, não morrem como as células normais, e como resultado acabam acumulando-se nos tecidos e desencadeando inflamações.

Parte da pesquisa antienvelhecimento se concentra em como se livrar das células senescentes, um processo chamado senólise, para abrir espaço para tecidos saudáveis e com bom funcionamento.

"Os ratos-toupeira-pelados conseguem arrumar as células senescentes, evitando o declínio relacionado à idade, e estamos um passo mais perto de entender como isso acontece", disse o líder da equipe de pesquisa, Kyoko Miura. Os resultados do estudo foram publicados no EMBO Journal.

Segundo os pesquisadores, os ratos-toupeira-pelados têm um mecanismo senolítico natural, um processo específico para matar as células problemáticas que estão desorganizando o tecido. Ao comparar os resultados com um experimento semelhante em camundongos, a equipe foi capaz de identificar as vias celulares que podem ajudar os rodedores a se protegerem do tipo de dano que ocorre com o envelhecimento.

Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender melhor como todo o processo funciona, o segredo do rato-toupeira para remover células problemáticas pode levar a uma evolução das técnicas que buscam o antienvelhecimento para humanos, de acordo com Miura.

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