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Quase 5 mil focos: São Paulo tem maior número de incêndios em mais de duas décadas

Isabela Palhares/Folhapress | 24/08/24 - 16h00
Defesa Civil de São Paulo

O estado de São Paulo teve neste ano 4.973 focos de incêndio. É o maior número registrado desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais) iniciou o monitoramento dos focos por satélite.

Os dados são de 1º de janeiro a 23 de agosto. O recorde anterior havia sido registrado em 2006, quando o estado teve 3.739 focos de incêndio nesse mesmo período. Assim, as ocorrências de 2024 já superam em 33% o que ocorreu em 2006.

Quase metade do fogo deste ano foi registrado nas últimas 48 horas. Segundo o monitoramento do Inpe, São Paulo teve 2.316 focos de incêndio de quinta-feira (22) a sexta-feira (23). Esse número é quase 7 vezes maior do que o computado em todo o mês de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 352 incidentes.

O Centro de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil estadual colocou 34 cidades em alerta máximo para queimadas, e 24 enfrentam focos ativos de incêndio. As localidades em questão sofrem com baixa umidade do ar e elevado risco devido à onda de calor.

Considerando bloqueios parciais ou totais em todo o estado, 17 rodovias foram interditadas na sexta-feira.

Na capital paulista, a coloração do céu também chamou a atenção no fim da tarde de sexta. A cor avermelhada forte foi provocada pelos incêndios na região da amazônia e, com contribuição menor, pelo fogo que atingia o interior do estado.

Céu vermelho é um fenômeno ótico, provocado pela refração de raios solares na poeira e fuligem. Em períodos de seca e, sobretudo, com a ocorrência de queimadas, o acúmulo dessas partículas é mais intenso. É sinal claro de que a qualidade do ar está ruim.

A principal fonte da fumaça está no sul da Amazônia, no chamado arco do desmatamento. Embora os ventos partam inicialmente de leste para oeste, eles encontram uma barreira na cordilheira dos Andes, mudando de direção e chegando a estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Esse mesmo vento também passa pelo interior paulista, também afetado por diversos focos de incêndio em áreas rurais. Isso contribui para a piora da ar na capital, embora em proporção muito inferior.