Segundo o presidente da comissão, Daniel Pereira, o número de mortes de policiais vem aumentando nos últimos anos (Crédito: TNH1/Arquivo)
O assassinato de dois militares do Serviço de Inteligência e a morte dos quatro suspeitos de envolvimento no crime, após confronto com a polícia na última sexta-feira, 23, chamou a atenção da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL).
Segundo o presidente da comissão, Daniel Pereira, o número de mortes de policiais vem aumentando nos últimos anos e parece ter relação com os casos de mortes de “supostos bandidos”. De 2014 até outubro deste ano, segundo Pereira, o número de mortos em confronto subiu de 77 para 85.
“Estamos percebendo uma tendência – e não sei se cientificamente é isto mesmo –, de que quanto mais a polícia ‘mata’, mais policiais morrem”, afirmou Daniel. No entanto, para o presidente da Comissão, ainda não é possível assegurar que se trata de casos de retaliação. “É isso que a gente não sabe dizer”.
Na pesquisa, realizada com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a comissão da OAB constatou que dez policiais morreram este ano, sendo três em confronto. “Em 2014, foram cinco, ou seja, é um aumento de 100%. E nenhuma das mortes foi em conflito”, disse. “Está havendo um aumento exponencial de risco dos policiais civis e militares, especialmente dos militares”, completou.
‘Estou ao lado do policial’, diz secretário de Segurança Pública
Durante participalção em uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Maceió, na manhã desta segunda-feira (26), o secretário Estadual de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, também lembrou do número de mortes de policiais, e ressaltou que os criminosos que morrem em conflito “escolhem” este destino.
“Nós perdemos alguns policiais ao longo deste ano. Eu estive em todos os locais [onde os crimes ocorreram], e pegamos quase todos os criminosos com vida”, disse o secretário. “Eu trago os criminosos da forma que eles escolheram ser trazidos”, completou.
Sobre os quatro suspeitos de envolvimento na morte dos militares da Inteligência, Gaspar foi enfático. “Foram mortos porque foram para o confronto”, pontuou. “Esses daí mataram, foram em rota de fuga e procuraram o ‘tom’. Não venha me dizer que é obrigação da polícia pedir que criminoso se entregue. Entre o meu policial e o criminoso, eu estou ao lado do policial”, disse.
Por fim, o secretário negou a possibilidade de que os suspeitos tenham sido mortos por “vingança”. “O discurso fácil de quem acusa a polícia é uma verdadeira hipocrisia”, afirmou. Segundo ele, familiares dos suspeitos foram procurados, no intuito de que suas rendições fossem intermediadas, sem sucesso. “Fui à casa deles e implorei para que as famílias me entregassem esses criminosos. Garanti trazer com vida, saí de lá meia noite...”, disse o secretário.
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