Contextualizando

“Quais são os hábitos das pessoas nos países mais felizes?” A relação entre estilo de vida e felicidade.

Em 12 de Novembro de 2023 às 10:15

A felicidade plena existe? Se existe, qual o segredo para alcançá-la?

Países com os melhores índices de felicidade incentivam a adoção de bons hábitos e um estilo de vida que fortalece a saúde mental, como revela no texto abaixo Alessandro Fernandes, repórter freelancer da revista Vida Simples:

“Aproveitar a vida de forma mais equilibrada e saudável. Ter perseverança e determinação pelo caminho, não importa o que vier pela frente. Além disso, manter bons relacionamentos com amigos, vizinhos e familiares. Estes são três hábitos das pessoas nos países mais felizes do mundo. No entanto, além da responsabilidade individual, não se pode esquecer o papel de políticas públicas que fomentam uma cultura de paz e qualidade de vida.

O último Relatório Mundial da Felicidade, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em março deste ano, mostra uma estabilidade nos países que ocupam o início do ranking. Finlândia, Dinamarca, Islândia, Holanda e Suécia estão entre o Top 10. O Brasil, que perdeu posições, está em 49°. Além de fatores políticos, econômicos e governamentais, há algo em comum entre as nações que estão no topo da lista: a prática de bons hábitos na população.

A Finlândia, que lidera a 1° posição pelo sexto ano consecutivo, é um dos países com maior estabilidade e segurança, de acordo com diferentes organizações internacionais, incluindo a ONU. Apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade para tomar decisões e generosidade são outros pontos. Isso sugere que países com políticas públicas mais efetivas são sinônimo de maior felicidade e saúde mental. Mas não são os únicos responsáveis.

‘Felicidade é ter sua própria casa de campo no verão e um campo de batatas’, explica um morador local à revista The Economist. Essa é, em geral, a percepção de muitas pessoas no país. Os finlandeses têm uma palavra, conhecida como “sisu” que significa perseverança estoica e determinação, seja o que vier pelo seu caminho.

No New York Times, uma longa reportagem entrevistou diferentes finlandeses para compreender como a felicidade se expressa no dia a dia. Muitas pessoas citaram a abundância da natureza como crucial para a felicidade no país. Não é à toa que quase 75% do território finlandês é coberto por florestas, e todas estão acessíveis graças a uma lei conhecida como ‘jokamiehen oikeudet’ ou ‘direito de todos’, que permite às pessoas caminharem livremente por todas as áreas naturais, tanto em terras públicas quanto em terras privadas.

Na Suécia, país vizinho, o ‘lagom’ é a filosofia local para a busca da felicidade. Em poucas palavras, ela convida você a aproveitar mais a vida de forma equilibrada. Além disso, instiga a praticar apenas o que for essencial e saber quando parar. Ele tem uma influência profunda na sociedade e na cultura da Suécia, abrangendo áreas que vão desde o trabalho e a vida familiar até a decoração das casas e a comida.

‘Para mim, lagom significa, na verdade, a melhor solução, não a solução perfeita, para criar equilíbrio em qualquer contexto’, explica a fotógrafa Lola Akinmade em entrevista à Revista Forbes. Para a moradora de Estocolmo, lagom não é apenas uma palavra, mas a essência do que significa ser e viver como sueco.

A Islândia é um país no extremo norte da Europa com 372.520 habitantes, segundo dados de 2021. Não é difícil encontrar um familiar, amigo ou colega de trabalho pelas ruas. Por isso, que em um país tão pequeno, onde as pessoas costumam se deslocar com facilidade, manter contato com quem estar ao seu lado é essencial. Além disso, pesquisas em todo o mundo mostram que os relacionamentos sociais são relevantes para o índice de felicidade.

Assim, a renda prevê apenas 1% da felicidade na Islândia quando outros fatores são levados em consideração. Isso significa que ter uma renda mais alta não necessariamente levará a mais felicidade. ‘É um fator preditor relativamente baixo em comparação com as relações sociais’, explica a pesquisadora Dóra Guðmundsdóttir, em entrevista para a Greater Good Magazine. No entanto, além do senso de comunidade, a igualdade, inclusão e educação de qualidade são destaque no país.

Resumimos, a seguir, fatores que influenciam o nível de felicidade das pessoas nos países com melhor classificação no ranking mundial.

  1. Fortalecer laços sociais de apoio: Pessoas em países felizes geralmente têm redes sociais fortes, com boas relações familiares e amizades. Essas conexões sociais oferecem suporte emocional e prático.
  2. Praticar atividade física regularmente: O exercício físico regular está relacionado a melhorias no bem-estar emocional e físico.
  3. Passar tempo ao ar livre: Passar tempo ao ar livre e em contato com a natureza tem demonstrado melhorar o humor e reduzir o estresse.
  4. Aplicar práticas de mindfulness e meditação: Muitos países felizes valorizam práticas que promovem a atenção plena, reduzindo o estresse e aumentando o bem-estar.
  5. Exercitar o senso de propósito e gratidão: Cultivar um senso de propósito na vida e praticar a gratidão são hábitos que podem aumentar a satisfação e a felicidade…”

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