"O leste alagoano pode registrar chuvas acima da normalidade entre abril e junho deste ano". A declaração é do coordenador da Sala de Alerta da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL), Vinícius Pinho, e foi dada durante a apresentação do Plano de Acionamento Interinstitucional da Defesa Civil do Estado para o enfrentamento da quadra chuvosa que tem início neste mês. O evento foi realizado na manhã desta terça-feira (04), no Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió, e promoveu o encontro de órgãos de atuação para prevenção de desastres naturais.
LEIA TAMBÉM
A previsão da meteorologia é de que as chuvas intensas atinjam a capital Maceió, o Litoral, a Zona da Mata e o Baixo São Francisco. "A quadra chuvosa deste ano deve ser menor em comparação ao ano passado, porém devido ao fenômeno La Niña, há expectativa de chuvas intensas durante o período. A quadra deve durar da segunda quinzena de abril até o começo de agosto", explicou Vinícius Pinho.
Ainda segundo o coordenador da Sala de Alerta da Semarh-AL, o aquecimento do oceano atlântico também torna favorável à possibilidade das chuvas. "O oceano atlântico está bastante aquecido e preocupa. Ele está assim na costa africana e na costa do nordeste, aqui no país. Então é de se esperar essa chuva além da normalidade, porque o oceano está favorável a essa ocorrência. São distúrbios ondulatórios que vêm do continente africano pelo oceano atlântico", disse.
Vinícius Pinho destacou ainda que, neste mês de março, houve acúmulo de água não esperado em cidades do interior, também devido à chuva, porém a Semarh-AL não identificou relação entre o fenômeno com a quadra chuvosa que se aproxima. Além disso, o meteorologista explicou que no segundo semestre, após o período de chuva, o Estado pode enfrentar um outro cenário de seca severa.
"Entre o dia 1º e o dia 23 de março, uma onda de leste atingiu o estado. E isso chamou a atenção porque não estávamos à espera disso antes do período chuvoso. Em Maragogi, no dia 15, choveu 72 milímetros, em Paripueira, 89 milímetros, e Porto de Pedras, 52 milímetros", apontou ao destacar também que a onda de leste é um fenômeno formado na área de influência dos ventos alísios próxima da Linha do Equador.
"Após o período da quadra chuvosa, poderemos ter um período de grande seca. Temos que ficar atentos no fim de julho e no começo de agosto. É um outro cenário, de seca severa", acrescentou.
Plano para enfrentar possíveis desastres - Durante a apresentação do Plano de Acionamento Interinstitucional, o coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil Estadual, afirmou que o encontro foi importante para integrar todos os órgãos que vão ser mobilizados em caso de desastres naturais.
"O estado de Alagoas se organiza todos os anos. Então são esperadas chuvas acima da média neste período, e vamos colocar em prática o plano de contingência, por isso é muito importante a integração dos órgãos", disse.
"O solo está encharcado, está saturado, há deslizamento de terra, há queda de barreira... Então estamos querendo evitar o desastre já anunciado", complementou o representante do órgão estadual ao lembrar também que a Defesa Civil havia dado início ao mapeamento das áreas de risco em Maceió.
Também presente no Palácio República dos Palmares, o secretário de Estado da Infraestrutura, Rui Palmeira, destacou que o setor do Governo já atua juntamente com a Defesa Civil do Estado para evitar tragédias e dar estrutura para os locais de riscos, como rios e barreiras, com ações e monitoramento.
"É muito importante o estado trabalhar integrado. A nossa infraestrutura estará presente e espera minimizar os danos. A gente sabe que a chuva vem, mas é preciso trabalhar com responsabilidade para precaver as famílias. Nós temos a preocupação com os rios e muita gente ainda mora perto desses locais. As barragens também precisam ser monitoradas e estamos trabalhando junto com outras secretarias para minimizar esses danos das chuvas".
A Defesa Civil destacou que todas as cidades alagoanas têm coordenadoria municipal. Segundo ela, o plano tem o objetivo de dar resposta, restabelecimento e reconstrução de desastres naturais não suportados pelas cidades atingidas.
Entre as medidas do plano está a realocação de pessoas que residem em área de risco, possivelmente desalojadas ou desabrigadas, para abrigos seguros, que devem ser equipados e com a estrutura adequada para receber a população. As áreas atingidas devem ser isoladas e as equipes de resgate devem atuar com agilidade nas ocasiões.
LEIA MAIS
+Lidas