Começa nesta terça um julgamento histórico em que o governo americano acusa o Google de práticas monopolistas em seu sistema de buscas. Uma ação desse tipo contra uma gigante de tecnologia não acontecia no país desde os anos 1990, quando o alvo foi a Microsoft.
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A ACUSAÇÃO - O Departamento de Justiça dos EUA diz que o Google teve atitude monopolista ao fechar acordo com fabricantes principalmente a Apple, navegadores e outras empresas para tornar seu mecanismo de busca como o padrão nos dispositivos.
O Google tem cerca de 90% do mercado de mecanismos de busca no país e 91% ao redor do mundo, segundo a Similarweb. Como troca nos acordos, empresas como Apple, Mozilla e AT&T ficam com uma fatia da arrecadação com anúncios nas buscas receita que estaria ameaçada com o julgamento.
A DEFESA - Dona do Google, a Alphabet afirma que seus acordos com as fabricantes não são exclusivos e que os usuários podem alterar as configurações padrão para outros mecanismos de busca.
Kent Walker, presidente de assuntos globais da gigante de tecnologia, disse no mês passado que as táticas da empresa são "completamente legais" e que seu sucesso "se resume à qualidade dos produtos".
POR QUE IMPORTA - O julgamento previsto para durar dez semanas marca uma nova era no cerco das autoridades sobre as big techs. Se antes elas estavam mais centradas nas aquisições anunciados pelas companhias, agora o foco se volta para as atividades principais dessas empresas.
Caso as práticas do Google sejam consideradas monopolistas, o juiz pode aplicar multas financeiras ou outras medidas corretivas, inclusive abrindo espaço para uma separação dos negócios da Alphabet.
Foi isso que aconteceu com a Microsoft no julgamento sobre a prática de pré-instalar seu navegador Internet Explorer nos computadores que vinham com o sistema operacional Windows a big tech conseguiu reverter a decisão com recurso em instâncias superiores.
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