Um bebê de um ano e três meses foi a primeira vítima a morrer por causa de meningite em 2024, no estado de Alagoas. O pequeno Ícaro Matteo, morador de Arapiraca, não resistiu à doença e teve o óbito confirmado pela equipe médica da UPA Noel Macedo na última segunda-feira (1º). Um exame realizado após a morte dele detectou que o menino havia contraído meningite pneumocócica, a bacteriana.
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Segundo informações passadas pela Secretaria de Saúde do município, a criança deu entrada na UPA no dia 31 de dezembro, com quadro de febre, vômitos, falta de apetite e “chiado” no peito. A família destacou que ele já estava com sintomas no dia anterior. Após atendimento, Ícaro foi medicado e recebeu alta médica.
Já na madrugada do primeiro dia do ano, o menino piorou e voltou com os responsáveis para a UPA. Nessa segunda vez, a criança já estava desacordada, com crise de convulsão e com rigidez no corpo, logo foi tratado como paciente com suspeita de meningite.
Após cerca de três horas, o estado grave de Ícaro evoluiu e ele faleceu na unidade. O corpo do menino foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), onde passou por exame e posteriormente a doença foi confirmada.
A Secretaria de Saúde destacou que entrou em contato com a família e com a unidade de atenção básica, para que fossem tomadas as medidas necessárias. Ela reforçou a importância dos pais estarem atentos para o atendimento precoce e para os cuidados com as crianças, como também para eles deixarem o cartão de vacinas das crianças em dia.
Boletim apresenta quase 40 casos de meningite nos últimos meses - A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) segue em monitoramento constante sobre os casos de doença meningocócica em Alagoas. A recomendação inicial é a procura imediata de atendimento médico assim que os sintomas forem percebidos, além de se cumprir o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), principalmente em crianças e adolescentes.
Os sintomas da doença meningocócica são febre, mal-estar, vômitos, náuseas, dor de cabeça e rigidez na nuca, a ponto de não conseguir encostar o queixo no peito. A doença meningocócica pode ser transmitida através do contato com alimentos e água contaminados, na sua forma viral, e através da respiração, em sua variante bacteriana.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico, divulgado na terça-feira (2), Alagoas registrou 39 casos confirmados de doença meningocócica entre agosto de 2022 e o dia 2 de janeiro de 2024. Deste total, 29 foram do Tipo B, e os outros 10 não identificados. Vale lembrar que a infecção se divide em três tipos: meningite meningocócica, meningococcemia e a meningite meningocócica com meningococcemia.
O maior número de casos ocorreu entre a faixa etária de 1 a 4 anos, com 17 registros. Entre agosto de 2022 e os primeiros dois dias deste ano, foram 15 óbitos decorrentes da infecção por doença meningocócica em Alagoas. Atualmente, não existem casos em investigação no estado, conforme apontou o último Boletim Epidemiológico.
Os municípios com a maior incidência de casos são Maceió, Atalaia, Flexeiras e São Luís do Quitunde. A adoção de constantes medidas de higiene e a identificação rápida dos pacientes acometidos estão entre as principais recomendações em relação à doença meningocócica.
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