O calendário deste ano foi generoso com os empreendedores ao fixar o Carnaval logo no início de fevereiro, pouco tempo depois do movimento das vendas de final de ano. Para atender a clientela que busca a customização de abadás e o reaproveitamento de fantasias, muitos negócios precisam fazer hora extra para dar conta da demanda, como é o caso dos ateliês de moda. Victoria Spenner é uma dessas empresárias do varejo de moda que vê no Carnaval e no verão escaldante de Maceió a oportunidade para elevar as vendas. Ela e sua equipe começaram a se preparar para os atendimentos ainda em novembro do ano passado, desenvolvendo algumas peças para ter de pronta entrega, baseando-se em modelos de anos anteriores.
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“A gente já tem mais ou menos uma noção do que o público deseja. Então, algumas coisas a gente já deixou semiprontas para que pudesse ter mais agilidade na hora de vender os nossos serviços”, diz. “Estudando o movimento dos Carnavais anteriores, a gente já tinha mais ou menos uma noção do número de clientes que nós iríamos atender e esperávamos também superar as expectativas do ano anterior”, revela.
Os pedidos aumentam de 50% a 60% durante a fase das prévias, já que o forte da programação de Carnaval em Maceió são os finais de semana que antecedem o feriado celebrado em todo país. Ela conta que, nos anos anteriores, o seu ateliê tinha uma demanda maior por customização de abadá, mas hoje a procura é mais voltada para a confecção de peças diferenciadas para o Carnaval, com tecidos brilhantes e metalizados.
Atenta a essa mudança de comportamento das clientes, ela também aposta numa nova tendência conhecida como “upcycling”, que é o reaproveitamento das fantasias e adereços usados em outros Carnavais.
“Antes, o cliente queria customizar seu abadá para participar da festa, mas hoje ele quer adquirir uma peça que também possa aproveitar em outras ocasiões. Então eu acho que as pessoas querem investir em coisas mais duráveis, e eu acho que isso advém de uma mudança no quesito de reutilização”, avalia. Passada a euforia do Carnaval, sua equipe volta a atenção para a rotina de praxe, mas já de olho nas festas de São João. “Existe uma desaceleração na busca dos serviços após o período das prévias, porém, nós atendemos clientes com outras demandas também”, conta.
A empreendedora conta que o atelier está sempre movimentado, mas em datas comemorativas como Carnaval e São João há aumento considerável de demanda. “A gente já espera uma maior quantidade de trabalho, na verdade, e se prepara pra isso”, diz ela, que conta com mais três pessoas na equipe para ajudar a atender os pedidos.
Atrativos - Para não perder a oportunidade de fechar novas vendas, Ana Carolina Ávila, analista de Relacionamento Empresarial do Sebrae Alagoas, recomenda que os empresários e empresárias tornem os pontos de venda mais atrativos, não esquecendo também de marcar presença constante nas redes sociais, para incentivar os clientes a entrar no clima de Carnaval. “É a ideia do ‘figital’, que é o ambiente físico da loja e mais o digital. Para que os empreendedores impulsionem e os clientes tenham mais motivos para ir ao ponto de venda. Eu tenho orientado os clientes da carteira de Varejo de Moda nesse sentido, em tornar seus pontos mais atrativos e ao mesmo tempo formar comunidades para que os clientes se sintam acolhidos on e off line, tendo sempre um diferencial”, destaca.
“O empreendedor deve procurar fazer algo específico para que possam atrair mais pessoas aos pontos de venda. Tenho insistido muito nisso, em fazer eventos, melhorar o visual merchandising, a ambientação do local, apostando nessa sazonalidade”, completa.
A analista cita um exemplo recente que serve como alerta para os empreendedores. “Fui visitar uma cliente e percebi que o ambiente estava quente e a iluminação não estava adequada. A música também é importante porque estimula os clientes nas compras. Essa parte sensorial está sempre muito em alta. É preciso investir nos diferenciais. Um exemplo que pode ser adotado numa loja de roupas é o serviço de ajuste, para que o cliente não precise buscar um terceiro para fazer pequenas alterações nas roupas”, conclui Ana Carolina Ávila.
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