O vice do Campeonato Carioca com uma atuação vexatória diante do Fluminense e a decepção na quarta disputa de título da temporada encerrou mais um ciclo no Flamengo, que termina com a demissão de Vítor Pereira, mas dá fôlego a um novo processo de contratação de treinador. É disso que tem se alimentado o clube rubro-negro nos últimos anos, entre muitos títulos e alguns fracassos dentro de campo.
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Em meio a esse eterno retorno, sem um norte definido a longo prazo no seu futebol, Jorge Jesus virou prioridade, mais em função de sua aceitação junto à torcida, pois sabe-se que a volta ao Brasil neste momento é complicada antes de maio. Por isso, outros nomes são colocados em pauta, não necessariamente com uma ideia semelhante que torne possível uma comparação.
O Flamengo tem boa aceitação de Jorge Sampaoli, Tite, Eduardo Coudet, mas afirma que fará um processo seletivo como nos últimos anos, quando trouxe nomes mais aleatórios como Doménec Torrent e Paulo Sousa. Na Turquia, após vitória com o Fenerbahce, o preferido Jorge Jesus desconversou sobre o futuro. Com contrato até maio, indicou que só ao fim da temporada vai decidir o que fazer e se fica no Fenerbahçe.
— O presidente falou comigo. Ele me deu um tempo para refletir, só darei uma resposta em maio. Agora vamos viver. Falta um mês para acabar. Não é momento para falarmos sobre isso porque temos tempo. O importante é o foco na Copa da Turquia e na Liga Turca. Vamos ver como isso vai acabar — declarou o técnico português.
O aceno do Flamengo aguarda um sinal verde, o que não aconteceu nas últimas tentativas de repatriar Jorge Jesus e gerou rusgas. Diante do fracasso de Vítor Pereira, o presidente Rodolfo Landim reviu sua posição e aceita a volta do multicampeão em 2019 depois de uma saída conturbada em 2020. Jesus chegou a receber adiantamento de salários quando renovou o contrato e deixou o clube pouco depois. Em seguida, cavou o retorno algumas vezes através do ex-vice-presidente Kleber Leite, de quem é próximo. Leite, como se sabe, é inimigo número um da gestão Landim.
Para o processo de contratação do novo treinador, mais uma vez o vice de futebol Marcos Braz é quem está à frente, ao lado do diretor Bruno Pereira. Landim e a cúpula do clube ensaiaram internamente um discurso de novas mudanças no departamento de futebol, mas ela se acontecerem ficarão restritas ao baixo escalão. Nomes como o dos gerentes Fabinho e Juan estão na berlinda.
Certo é que Vítor Pereira não seguirá e não comandará a equipe contra o Maringá na quinta-feira, pela Copa do Brasil. O técnico do sub20, Mário Jorge, deve exercer a função. A saída de Pereira prevê o pagamento de uma multa de R$ 15 milhões para ele, fora a comissão técnica que veio junto. Em três meses, Pereira não apenas perdeu cinco possibilidades de conquistas com o Flamengo. Na avaliação interna, as convicções deram lugar a uma série de escolhas confusas que tiraram o norte da equipe e transformaram a identidade de um grupo vitorioso em um deserto de ideias.
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