“2 de fevereiro de 1912 é uma data para não ser esquecida. Temos que mostrar às pessoas que é preciso, sim, referendar o presente, mas sabendo que nossos passos ecoam do passado, que precisam ser revividos, para que a barbárie não volte a acontecer. O Quebra de Xangô é uma diáspora religiosa à resistência e à indiferença da opressão cotidiana”.
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As afirmações são de Arísia Barros, coordenadora geral da Igualdade Racial da Prefeitura de Maceió e presidente do Comitê Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), em referência ao episódio conhecido como Quebra de Xangô ou Quebra de 1912.
A Prefeitura de Maceió relembra a data e reforça o compromisso de executar ações de combate à intolerância religiosa e ao racismo. “A gestão está rompendo o silêncio, colocando isso em voga. A Prefeitura de Maceió dá visibilidade ao processo e cria uma aproximação, um diálogo necessário para que a sociedade possa discutir o racismo e intolerância, efetivando-as como políticas públicas”, destacou Arísia.
A coordenadora geral da Igualdade Racial reforça que a Prefeitura de Maceió aceitou o desafio de discutir, desenvolver atividades e promover o debate. “A capital está articulando saberes diversos, visando construir a concepção da Cidade Antirracista ou de que Maceió é Massa sem racismo e, sempre, será”, finalizou Arísia. O Compir é vinculado à Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc).
O Quebra de Xangô - No episódio, ocorrido em 02 de fevereiro de 1912, liderado por veteranos de guerra e políticos, os principais terreiros de Maceió foram invadidos, depredados e queimados. Líderes e pais de santo dos cultos afros foram espancados e agredidos. Tia Marcelina, a mais conhecida mãe de santo do Estado à época, resistiu à invasão de seu terreiro e recebeu golpes de sabre durante o ataque. Devido à gravidade dos ferimentos, ela morreu meses depois.