O brasileiro que gosta de beber suco de limão ou a tradicional caipirinha está pagando mais pela fruta no supermercado.
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É o que sinalizam dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) divulgados nesta terça-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os preços do limão subiram 32,2% no IPCA-15 de setembro. Foi a maior alta entre os 367 subitens (bens e serviços) que compõem o índice de inflação.
O avanço do produto contribuiu para o aumento de 0,40% nos preços das frutas. O comportamento do limão, contudo, destoa dos resultados de outros alimentos pesquisados pelo IBGE, cujos preços vêm caindo no Brasil.
A alimentação no domicílio como um todo teve redução de 1,25% em setembro, conforme os dados divulgados nesta terça. Foi o quarto mês consecutivo de queda desse segmento no IPCA-15.
No caso do limão, a situação se inverte. A fruta já havia chamado atenção pela carestia no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, divulgado pelo IBGE no dia 12 de setembro. O aumento do limão alcançou 51,11% no IPCA do mês passado.
Segundo o IBGE, a alta reflete a redução da oferta sob influência de questões climáticas. Além disso, o período de entressafra do limão tahiti ocorre entre agosto e dezembro, conforme a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
"O limão tem peso pequeno dentro da cesta de consumo, mas teve essa variação expressiva, relacionada principalmente com a diminuição da oferta, mais acentuada em agosto", disse André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, na apresentação dos dados no dia 12.
Em comunicado técnico após a divulgação do IPCA de agosto, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) disse que a oferta da variedade tahiti permanecia baixa, conforme período de entressafra.
Na ocasião, a entidade também mencionou que o escoamento da produção estava "limitado a regiões de cultivo irrigado". "A alta nos preços é observada desde julho, com possível estabilização no último trimestre do ano", afirmou a CNA.
A inflação do limão havia sido ainda maior no IPCA-15 de agosto (37,89%), se comparado ao índice de setembro (32,2%). Para o cálculo do indicador, o IBGE coleta os preços da fruta em quatro capitais e regiões metropolitanas: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia.
Em setembro, o limão subiu mais em Brasília: 37,08%. Os aumentos no Rio de Janeiro (33,97%), em São Paulo (31,53%) e em Goiânia (30,04%) vieram em seguida.
A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, foi de 15 de agosto a 14 de setembro.
Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA, cuja coleta ocorre somente ao longo do mês de referência do levantamento. O IPCA de setembro ainda não é conhecido. Será publicado pelo IBGE no dia 11 de outubro.
No IPCA-15, após o limão, os subitens que mais subiram de preços em setembro foram óleo diesel (17,93%) e passagem aérea (13,29%). Por outro lado, as maiores quedas foram registradas por filhote de peixe (-13,29%), morango (-12,79%) e mamão (-12,69%).
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