As escolas Porto da Pedra, Renascer de Jacarepaguá e Estácio de Sá estão sendo consideradas as mais fortes concorrentes ao título de campeã, no primeiro dia de desfiles do Grupo da Série A, que permite o acesso ao Grupo Especial, a elite do carnaval carioca.
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Com o enredo Rainhas do Radio - Nas ondas da Emoção, o Tigre coroa as divas da canção!, a Porto da Pedra fez homenagem às dez cantoras que foram eleitas Rainha do Rádio, em concurso que ganhou mais notoriedade quando começou a ser realizado pela Rádio Nacional.
A vermelho e branco de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, já impressionou na Comissão de Frente. As cantoras Linda e Dircinha Batista, Marlene, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Ângela Maria, Vera Lúcia, Dóris Monteiro, Mary Gonçalves e Julie Joy foram representadas por integrantes da comissão, que durante o desfile simulavam o momento do concurso, com direito ainda à participação de fã clube tão característico da época e que alimentava a disputa entre suas preferidas.
A bailarina Idris Baía, que na comissão representava a fã, contou que, na preparação do personagem, chegou a se reunir com o fã clube da Emilinha para receber informações de como deveria atuar na avenida. “A gente fez a coreografia várias vezes eles aprovaram, disseram que eu estou uma autêntica macaca de auditório da época [a expressão era usada para classificar os fãs]. Então, estou superconfortável nesse papel depois de muito laboratório. É muita responsabilidade representar todos os fãs, ainda mais os daquela época que se apaixonavam por vozes”, contou.
Rivalidade
A rivalidade entre os fãs das cantoras Marlene e Emilinha, marcou a Era do Rádio, período entre os anos 20 e 50, mas na passarela do samba a competição ficou mesmo na simulação do concurso durante a apresentação da escola. A bailarina Bárbara Saraiva teve seu momento de cantora Marlene. “É um trabalho difícil. É primeira vez que piso na Sapucaí, mas espero trazer um pouco da essência dela”, disse ansiosa antes de entrar na avenida”.
Já a Emilinha foi representada pela bailarina Bia Telles e, na caracterização, até a pinta do queixo da cantora ela fez. “Emilinha é a única que tem um fã clube consolidado até hoje. Eles nos contaram a história da Emilinha e da Marlene e os trejeitos dela. Saber que tem fãs vivos e que estão assistindo a gente, o coração bate mais forte”
A coreografia da comissão do tigre de São Gonçalo, que é o símbolo da escola, contava ainda com a representação do apresentador César de Alencar, que se destacou em programas da Rádio Nacional. Tinha também fotógrafo. Tudo para mostrar como era o clima dos concursos.
Rádio Nacional
A escola levou ainda para a avenida uma alegoria em homenagem à Rádio Nacional em que reproduzia o palco da emissora, que tinha grande audiência, e promoveu a integração do país, especialmente nos anos 40 e 50. Durante o desfile, um casal de atores encenava uma apresentação musical. A velha guarda da Porto da Pedra também estava no carro alegórico. Satisfeito em ver na avenida o enredo que tinha proposto o carnavalesco Jaime Cezário brincava e sambava ao lado dos componentes aproveitando também do desfile que foi bem recebido pelo público. “Está linda? Está gostando?, perguntou à reportagem da Agência Brasil.
Renascer
A escola de Jacarepaguá defendeu na avenida o enredo Renascer de Flexas e de Lobos. A vermelho e branco da zona oeste mais uma vez escolheu um tema cultural para se apresentar e o enredo faz referência a Villa Lobos e à Amazônia. No alto de um dos carros alegóricos. um ator representava o maestro e compositor brasileiro. As alegorias chamaram atenção pela beleza e bom acabamento.
A Estácio de Sá encerrou os desfiles do primeiro dia da Série A. No fim, o carnavalesco Tarcísio Zanon, de 31 anos, que ontem fazia aniversário, estava certo de que a escola fez uma bela apresentação, o que foi confirmado pela resposta do público.
A escola escolheu mostrar o comércio popula. Com o enredo No pregão da folia sou comerciante da alegria e com a Estácio eu boto banca na Avenida, mostrou fantasias bem acabadas de grande efeito, aproveitando a iluminação do local e alegorias que encantaram.
A Estácio fez um desfile de campeã apesar da dificuldade que o próprio carnavalesco tinha relatado à Agência Brasil na véspera do desfile. Dessa vez o leão, símbolo da escola, estava na última alegoria da escola. O carro que representada o comércio digital simboliza os mercados contemporâneos. O leão, desta vez, tinha efeitos de luz de led.
No primeiro dia, passaram ainda pela Sapucaí mais três escolas. A abertura foi com a Unidos de Bangu com o enredo A Travessia da Calunga Grande e a Nobreza negra no Brasil fez referência a cantos e louvores dos negros e à memória de reis africanos. A entrada da bateria no setor 1 começando as apresentações da sexta-feira, animou o público. Na sequência, também com o enredo africano do Império da Tijuca, os componentes estavam empolgados com o tema Olubajé: um banquete para o rei e cantaram a plenos pulmões o samba interpretado por Daniel Silva.
Sossego
Na Acadêmicos do Sossego, a terceira escola a desfilar na Sapucaí ontem, a tia Sandra, a frente da ala de baianas estava dando partida à maratona de desfiles que vai fazer durante o carnaval. Ela é coordenadora do grupo de baianas que costuma desfilar em várias escolas durante o carnaval, conforme havia dito à Agência Brasil, sobre a Paraíso de Tuiuti. “Hoje é o primeiro dia, e ainda tem mais três. Desejo bom carnaval a todos”, afirmou, animada e apontando outras baianas no grupo, em foto de matéria publicada pela agência.
Desfiles de sábado
Hoje a disputa pelo campeonato deve esquentar, porque além de escolas que já estiveram no Grupo Especial, em outros anos, está a Viradouro, que em 1997 conquistou o título com Trevas!Luz! A explosão do Universo, enredo de Joãosinho Trinta. Há expectativa também para o desfile da Unidos de Padre Miguel.
Vão se apresentar ainda neste sábado a Alegria da Zona Sul, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos do Viradouro, Acadêmicos da Rocinha, Acadêmicos do Cubango, Inocentes de Belford Roxo e encerrando as apresentações do grupo, a Unidos de Padre Miguel.
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