Porteiro que salvou moradora dá detalhes de incêndio: "bateu um desespero quando ela disse que ia se jogar"

Publicado em 19/10/2022, às 09h47
Bruno Protasio/TV Pajuçara
Bruno Protasio/TV Pajuçara

Por João Victor Souza

Os vinte anos como porteiro de edifício deram experiência para Alex Sandro de Oliveira estar preparado para atuar em qualquer incidente. Apesar de toda capacitação, combater um incêndio não é algo que acontece todos os dias na rotina de um condomínio. Mas foi o que ocorreu nessa terça-feira, 18, no prédio onde ele trabalha, no bairro de Jatiúca. O porteiro viveu momentos de tensão presenciando uma moradora que estava aos gritos na janela por estar presa, sem conseguir sair do imóvel, devido às chamas.

Alex Sandro contou que estava na portaria quando ouviu os gritos da jornalista Marcela Vilela, vindos do 5º andar do prédio. Ele admitiu que em duas décadas no mesmo condomínio, nunca havia vivido a adrenalina da noite de ontem. "Eu olhei para cima e a vi desesperada, vi também o fogo e a fumaça no apartamento. Ela gritava para eu ligar para os bombeiros. Aí entrei em contato e acionei a central de incêndio para alertar os outros moradores sobre o que estava acontecendo, para eles saírem dos apartamentos", conta o porteiro.

Nesse momento, o porteiro afirmou que ouviu mais gritos da Marcela e que ela pretendia se jogar da janela para se salvar. "Ela disse que queria se jogar do apartamento, aí bateu um desespero. Corri para tentar acalmá-la e ajudá-la. Foi aí que peguei o extintor e fui em direção ao apartamento".

"Cheguei no apartamento, e a porta estava encostada. Não precisei arrombar. Aí entrei e vi a Marcela em estado de choque, paralisada, sem saber o que fazer. Ela estava dentro do quarto com a porta trancada. Na hora, acho que pensou que deixando a porta fechada evitaria que o fogo se alastrasse. Então peguei ela, que estava perto da porta dentro do quarto, peguei pelo braço e puxei para fora", complementou.

(Crédito: Bruno Protásio/TV Pajuçara)

Alex Sandro explicou ainda que a vítima mora com a família, mas estava sozinha no momento do fogo. "Ela mora com o esposo e o filho bebê, e ainda bem que o filho deles não estava no momento, seria muito difícil. Tinha muita fumaça, ficamos com dificuldade de respirar no momento. Por mais que a gente esteja preparado para combater esses momentos, quando acontece, é desesperador".

O funcionário do condomínio também destacou que o apoio de outros moradores foi importante para controlar o incêndio de forma mais rápida. "Fiz o primeiro combate com o extintor e vi que não ia adiantar. Foi aí que outros moradores apareceram com mais extintores. Eu e outro morador usamos a mangueira de incêndio e foi aí que as chamas foram controladas. Apenas o quarto foi atingido. Depois que apagamos o fogo, o colchão ainda ficava com aquela faísca, mas aí tudo foi resolvido".

"Os bombeiros orientaram para as portas ficarem abertas e tranquilizaram os outros moradores. Eles disseram que não precisavam sair de suas casas porque estava tudo resolvido. Eles também pediram para a gente ficar monitorando o apartamento. Hoje, eles vão voltar para fazer a perícia. Está um cheiro muito forte ainda, horrível. Uma parte da fachada também foi atingida, perto da janela do quarto".

(Crédito: Bruno Protásio/TV Pajuçara)
O caso - A moradora de um apartamento viveu momentos de pânico ao ficar presa dentro do imóvel enquanto o mesmo era tomado por um incêndio na noite de terça-feira, 18, no bairro da Jatiúca, em Maceió. A mulher foi resgatada por vizinhos e um funcionário do edifício, que usaram extintores para apagar as chamas. 

De acordo com a vítima, identificada como Marcela Vilela, o fogo teve início após a lâmpada do quarto explodir e cair sobre o colchão onde ela estava sentada, em um dos quartos do apartamento. O incêndio destruiu parte dos objetos da casa, e danificou o teto e o piso do local. A mulher também informou que ficou impedida de deixar o imóvel, pois havia risco de sofrer queimadura.

O vídeo encaminhado para a produção da TV Pajuçara mostra que o fogo foi visto dentro do apartamento por moradores de outros prédios. Os gritos da moradora por ajuda também foram ouvidos pelos vizinhos, que também ficaram desesperados com a cena.

Assista:

O Corpo de Bombeiros informou que ao chegar no local não havia mais fogo, já que ele foi controlado por outros moradores. "A queima ocorreu em um colchão, ficando confinada num quarto. A guarnição da AR-03 atendeu a uma vítima do sexo feminino, de 36 anos, estável e consciente, logo foi liberada no local", informou a corporação.

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