Em março, muitas resoluções de Ano Novo já foram deixadas para lá – entre um terço e a metade de nós já desistiu delas no segundo mês do ano.
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Vários pequenos estudos apontam que 40% de nós determinamos esse tipo de objetivo, mas menos da metade continua comprometida com eles durante o ano. Uma pesquisa indicou que apenas 8% dos participantes conquistaram suas metas em algum período.
Embora essas resoluções sejam famosas pela dificuldade de alcançá-las, isso não impede as pessoas de tentar. Sendo assim, aqui vai uma tática para determinar – e perseguir – seus objetivos.
Uma "trapaça de baixo custo" pode ajudar as pessoas a chegarem lá. Isso segundo Marissa Sharif, professora de marketing da Universidade da Pensilvânia.
Como funciona
Uma abordagem "tudo ou nada" é completamente errada, sugere a pesquisa de Sharif.
Ela diz que, em vez disso, devemos prever "reservas de emergência" durante o processo de criar metas.
Ou seja, uma flexibilidade estruturada, incluindo dias de escapada, podem nos ajudar a manter a motivação.
É claro que aqueles que seguem programas de emagrecimento ou poupança podem já estar acostumados com a estratégia de criar válvulas de escape para diminuir a pressão e seguir adiante.
Ainda assim, muitas pessoas são muito rígidas na hora de determinar objetivos. Ao sermos muito restritos, fazemos com que nossos objetivos sejam menos alcançáveis, diz Sharif.
Um exemplo vem de um estudo. Nele, 273 pessoas usaram um aplicativo de smartphone para contar seus passos durante um mês.
O primeiro grupo deveria atingir um número específico e individual de passos, como 7 e 10 mil por dia, sete dias por semana. Um segundo deveria atingir sua cota de passos em cinco dias ou mais. Um terceiro tinha sete dias para completar o número, mas com direito a dois dias por semana para não fazer nada. Por fim, um quarto grupo espalharia esses dias de trapaça pelo mês.
As pessoas que tinham dias de fuga alcançaram mais vezes seu objetivo diário de passos do que as que não podiam trapacear. Elas também tinham uma média maior de número de passos.
Qual é o impacto
Sharif diz que esse tipo de estratégia funciona de duas maneiras.
Primeiro, as pessoas tentam não usar suas reservas - querem guardar para o caso de precisarem delas mais tarde. Elas também se sentem mal em usá-las sem ter um motivo importante para isso. Em segundo lugar, se você precisar escapar, você se sente menos culpado por isso, e portanto menos propenso a abandonar o objetivo final, explica.
Essa tática ajuda as pessoas a manterem o foco em seu objetivo a longo prazo, afirma Leena Rinne, especialista em produtividade da consultoria americana FranklinCovey.
"Os objetivos são iniciados ao se fazer uma escolha para alcançar algo, mas são as escolhas feitas no momento que te levam lá. E uma dessas escolhas é permitir a si mesmo algumas "reservas de emergência"."
Mas há limitações quanto ao uso dessas técnicas. Se as pessoas têm muitas opções para escapar – por exemplo, um objetivo de ir à academia sete vezes por semana com quatro dias de falta emergencial –, elas podem tirar vantagem delas, o que pode prejudicar a performance, diz Sharif.
Ou as pessoas podem simplesmente se sentir desmotivadas se ultrapassarem o número de "fugas" que estipularam.
Além disso, explica Rinne, as pessoas têm diferentes motivações para alcançar seus objetivos.
Assim, uma flexibilidade estruturada pode funcionar para alguns, mas pode ser desmotivadora para outros que prefiram não ter um botão de reserva.
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