Por que os carros antigos eram mais resistentes e perigosos?

Publicado em 29/10/2016, às 11h36

Por Redação


Contra a força não há resistência, diz uma conhecida expressão popular, embora possa se dizer com mais propriedade o contrário. Um bom exemplo disso está nos carros de passeio modernos, menos fortes em termos de materiais empregados em sua construção, mas muito mais seguros e resistentes contra impactos, se comparados com os carros antigos, notadamente os das décadas anteriores às de 1990.

Foi nessa década que importantes medidas começaram a ser implementadas pelas montadoras no Brasil, como o primeiro carro fabricado com freios ABS de série, o Santana da Volkswagen. Nesse mesmo período, surgiu por aqui um outro modelo pioneiro, o Fiat Tipo, que lançou o airbag, hoje item de segurança obrigatório em todos os veículos automotores em quatro ou mais rodas.

Os carros modernos são mais fracos?

Os aficionados por carros das gerações mais antigas não cansam de exaltar as virtudes dos seus modelos preferidos, destacando principalmente uma suposta maior resistência dos materiais. Não é difícil ouvir um fã de carros mais conservador dizer que os carros de hoje são fracos, feitos de plástico e outros comentários depreciativos.

Em parte eles estão certos, já que de fato o material empregado nos carros atuais são mais refinados, e, em vez de solda, as partes são unidas com a utilização de adesivos desenvolvidos especificamente para essa finalidade. Além disso, a lataria dos carros atuais precisou mudar totalmente sua concepção em termos de tecnologia. Se antes o escopo era o uso do aço em forma mais bruta, hoje a nanotecnologia engloba a borracha, alumínio e os plásticos como aditivos para garantir não apenas resistência, como também menos peso e menor impacto ambiental.

Não se pode deixar de considerar que a segurança em um carro não depende apenas da dureza do material utilizado em sua fabricação. Se antes era essa a única forma de garantir veículos mais seguros, com o tempo foi-se avançando na percepção de que é necessário desenvolver não apenas carros com materiais fortes, mas que contemplem uma conjuntura de fatores que os tornem seguros graças às técnicas envolvidas nas linhas de montagem.

Teste revela diferenças entre modelo de 1959 e 2009 no quesito segurança

O Instituto de Segurança Rodoviária dos Estados Unidos ao completar 50 anos, realizou um teste de colisão entre um Bel Air 1959 e um Chevrolet Malibu 2009. Com os carros postos em rota de impacto e com os respectivos habitáculos paralelos a 40 km/h, o resultado foi uma clara evidência de que, hoje, os carros são muito mais seguros. Enquanto o Malibu teve apenas sua frente seriamente destruída, o Bel Air 1959 apresentou riscos muito maiores ao motorista, uma vez que não ofereceu nenhum tipo de proteção no habitáculo. Até a roda dianteira acabou invadindo o espaço do motorista, colocando em xeque a suposta segurança proporcionada por sua estrutura mais forte e pesada.

Dessa forma, fica comprovado que os carros atuais, ao serem fabricados com métodos de engenharia que visam a segurança dos ocupantes, são de fato superiores aos modelos antigos, mesmo que toda a “couraça” que era utilizada na sua fabricação fosse mais dura e forte.


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