A festa de Réveillon 2019 em Florianópolis (SC) será iluminada, mas os fogos usados terão menos estampidos. A medida, já adotada em outras cidades do país, evita o mal-estar causado pro barulho em animais, crianças e idosos.
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"A nossa cidade será a primeira capital brasileira a utilizar fogos de artifício sem barulho no Réveillon. Isso vai evitar desconforto e desorientação tantos nos animais quanto em pessoas que possuem mais sensibilidade na audição, como autistas", diz anúncio da prefeitura.
Segundo a administração municipal, a festa será na Beira-Mar Norte, e a previsão é que a queima dure quinze minutos. A novidade deve ficar por conta de um show de águas.
Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) sancionou lei que proíbe o manuseio, utilização, queima e soltura de fogos de estampido ou artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso na cidade. No entanto, representantes do mercado de pirotecnia foram à Justiça e, às vésperas da Copa, uma liminar liberou fogos de artifício ruidosos na capital paulista.
Algumas cidades do país já vetaram fogos com estampido. Na virada do ano, a festa foi menos barulhenta, por exemplo, em Campos do Jordão, Ubatuba e Ilhabela (SP), ou Alfenas (MG) -que desistiu dos fogos no Réveillon.
ANIMAIS
Com a audição muito mais sensível que a dos humanos, os animais sofrem com o estampido dos fogos. No caso dos cães, coração acelerado, salivação excessiva e tremores são indicativos de que algo não está bem.
Em pânico, os bichinhos podem ter reações inesperadas e se machucar. No caso de animais doentes, o quadro de saúde pode se agravar. Também podem ocorrer mortes.
No Réveillon, o Bom Pra Cachorro mostrou alguns casos de cães que se desesperaram com o barulho. Em Goiânia, uma shih tzu que tem medo de fogos caiu do terceiro andar de um prédio no último dia de 2017. Nesse caso, os vizinhos agiram rápido, e ela foi salva com um lençol aberto pelos moradores para o resgate.
Em Pernambuco, a tutora do Tedy passou a virada do ano debaixo da cama com ele, para confortar o animal, que estava assustado.
Uma moradora de Cotia relatou em rede social a morte de sua cadela na virada do ano. Nina faria dois anos em janeiro e, segundo a publicação, não tinha medo de fogos. Mas o barulho foi tão intenso e tão perto do quintal, que ela não resistiu.
Fabricantes têm se defendido nos Estados contra propostas que pedem o fim dos estampidos e afirmam que vetos causariam impacto negativo ao setor. Em janeiro, Anderson Queiroz José, vice-presidente da Assobrapi (Associação Brasileira de Pirotecnia), disse ao blog que fabricantes sinalizam reduzir a potência dos estampidos. Para ele, que também é empresário do ramo, uma proibição radical dos estampidos tornaria inviável a fabricação e o comércio legal.
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