A operação "Rastro", coordenada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), resultou na prisão de ao menos uma policial militar alagoana na manhã desta quarta-feira, 24. A suspeita é lotada no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e foi presa enquanto estava em serviço.
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O objetivo da ação foi prender integrantes de uma organização criminosa que atuavam principalmente na região do Canaã, em Maceió. Os suspeitos teriam envolvimento com os crimes de tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo. A SSP divulgou que, até às 11h da manhã de hoje, o número de presos tinha chegado a 10.
Segundo informações passadas por uma fonte ligada ao TNH1, a policial presa teria envolvimento com o tráfico de drogas no estado de Alagoas. Ela e um homem, que seria o esposo dela, e que havia trabalhado como prestador de serviço do sistema prisional alagoano, foram detidos sob a suspeita de envolvimento com o crime.
A policial estava em serviço quando foi detida, e o esposo dela foi encontrado em casa. Com ele, a Polícia também localizou uma quantidade de entorpecentes.
A PM foi levada para a sede da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), em Santa Amélia, onde foi ouvida pelo delegado Cayo Rodrigues. O mandado de prisão foi cumprido por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).
De acordo com o advogado de defesa do casal, Napoleão Lima Júnior, depois do depoimento os dois continuaram detidos, até que seja realizada a audiência de custódia. "A cabo não tem nenhum envolvimento com os crimes, é uma excelente policial, com relevantes serviços prestados à corporação", disse a defesa.
"O marido também diz que a esposa não praticou crime nenhum e desconhece a acusação contra ela. Iremos analisar os autos quando tivermos acesso, já que o caso corre sob segredo de justiça", afirmou Napoleão Lima Júnior.
O TNH1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar para saber se a instituição vai se pronunciar sobre a prisão e ainda não obteve retorno.
Prisão de suposto agente penal - O homem detido, que seria esposo da policial militar, se apresentou como policial penal durante o cumprimento do mandado judicial. Por meio das redes sociais, o Sindicato dos Policiais Penais (Sinasppen) destacou que ele não era policial penal e já prestou serviço para a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris).
"Hoje tivemos notícias da prisão de um prestador de serviço que trabalhou no sistema Prisional de Alagoas, que no momento da Prisão se identificou como Policial Penal, apresentando uma carteirinha fornecida por um 'sindicato' como se fosse um documento válido de identidade. Ocorre que primeiro, o cargo de 'guarda Prisional' NÃO EXISTE na estrutura orgânica de Servidores da Seris. Segundo que sindicatos não tem autonomia para emitir documentos de identificação, que prestadores de serviço utilizam para fingir que são policiais. Isso é crime e precisa ser combatido", publicou o Sindicato.
O Sindapes-AL, que representa a categoria dos agentes disciplinares penitenciários e socioeducadores empregados terceirizados, enviou nota à redação em que nega carteira falsa ou indicação de função inexistente. "Queremos aqui enfatizar que o referido documento é emitido pelo ente sindical, em relação a nomeclatura inserida no documento sindical, tem a mesma função que constava no contracheque do prestador emitido pelo Estado de Alagoas", mostra trecho do comunicado.
Já a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (SERIS), disse que não coaduna com essa conduta e e que foi determinada a demissão do servidor.
A operação - De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os suspeitos já haviam se preparado para expandir o comércio ilegal de entorpecentes e armas para diversos outros bairros da capital, uma vez que esse mercado ilícito tem crescido consideravelmente. Foram identificadas 19 pessoas, todas envolvidas nos mais variados crimes, contendo inclusive indivíduos de dentro do sistema prisional e reeducandos que já haviam sido postos em liberdade.
As forças de segurança cumprem 19 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. E todos eles foram expedidos pela 17ª Vara Criminal.
O nome de Rastro foi escolhido em decorrência da organização criminosa ser extremamente cuidadosa e deixar apenas pequenos vestígios de informações, sendo necessário para a equipe de investigação seguir e analisar esses fragmentos de dados para chegar aos conjuntos de provas. Participaram da operação policiais militares do Bope e da Rotam. Pela Policia Civil participam policiais do Tigre e da Dnarc.
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