Atualizada às 09h31
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Dois dos três policiais militares envolvidos na ocorrência que resultou na morte dos irmãos Josivaldo, 18, e Josenildo Pereira, 16, e do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, 49, no conjunto Village Campestre, em Maceió, no dia 25 de março, são ouvidos nesta terça (19), pela Polícia Civil.
O terceiro militar obteve dispensa médica porque, segundo seu advogado, ele perdeu parte do movimento de uma das mãos, onde foi atingido por um tiro durante a ocorrência.
Os depoimentos são prestados a uma comissão de delegados, Teíla Nogueira, Antônio Henrique e Rebecca Gusmão, no Complexo de Delegacias Especializadas, na Mangabeiras. Acompanham no local o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa, o advogado da família das vítimas, Pedro Montenegro, e o comandante do 5º Batalhão da PM, tenente-coronel Carlos Amorim.
Provas técnicas ainda são aguardadas
De acordo com o promotor, além de colher informações com as pessoas que estavam presentes no local, a polícia ainda espera o resultado de provas técnicas para esclarecer o crime.
Uma reprodução simulada do fato, mais conhecida como reconstituição, foi solicitada e aprovada nessa segunda, pelo Conselho Estadual de Segurança, mas agora pode ser adiada por conta da greve dos policiais civis.
“A reconstituição precisa dos agentes, assim como a investigação. Ela pode não ser marcada no prazo que queremos, mas vai acontecer”, afirmou Flávio Gomes.
Defesa afirma que jovens portavam armas
A defesa dos militares que participaram da abordagem alega que os policiais agiram no "estrito cumprimento do dever". Eles teriam abordado dois jovens que estariam armados com uma pistola 380 e uma espingarda calibre 36, desmontada, e teriam reagido.
Na suposta troca de tiros, o pedreiro Reinaldo foi atingido e também morreu.
O comandante do 5º Batalhão também saiu em defesa dos policiais, alegando que não vai apontar qualquer erro e nem mesmo comentar a ação até que o inquérito seja finalizado.
Testemunhas oculares
Ainda segundo o promotor, a polícia já descobriu que entre cinco e seis pessoas foram testemunhas oculares da abordagem policial e estão sendo procuradas para prestar depoimento.
Além disso, ele ressaltou que o inquérito ainda carece de um laudo técnico que ateste que os irmãos eram portadores de deficiência mental. Segundo a família, eles possuíam cadastro na Pestalozzi e recebiam atendimento regularmente por conta da deficiência.
“Não temos nenhum laudo técnico sobre a deficiência. Isso está sendo buscado dentro da fase do inquérito, para que não haja nenhuma sombra de dúvidas sobre se esses jovens tinham algum desvio mental”, alegou.
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