A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) confirmou, no início da tarde desta terça-feira, 11, que já foi aberto o inquérito para investigar uma suposta fraude que teria acontecido no concurso público para delegado da instituição, com provas aplicadas no último domingo, 9, em Maceió. O delegado Igor Diego informou que está em contato com a banca organizadora do concurso, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), para o envio do relatório de ocorrências durante o certame. Um dos candidatos eliminados foi flagrado pela fiscalização interna, composta por pessoas determinadas pela própria banca, com um equipamento eletrônico suspeito e, no mesmo dia, foi levado por policiais, que faziam a segurança do local, para a delegacia, onde foi feito o registro do Boletim de Ocorrência.
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"A Polícia Civil montou com antecedência todo um esquema de segurança para que o concurso fosse realizado, trabalhou de maneira ostensiva, com mais de 200 policiais, e outros policiais descaracterizados, para evitar alguém que pudesse fraudar o concurso. O trabalho foi bem feito. Tínhamos policiais em cada escola que realizou a prova. Importante dizer que internamente toda a fiscalização é feita pela banca que realiza o concurso público. Cabe a ela, a acompanhar o candidato que vai sair da sala, passar o detectador de metais, acompanhá-lo até o banheiro, ou deixar o banheiro de porta aberta, então cabe a banca cumprir todas as regras de segurança interna", iniciou Igor Diego em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara.
"No entanto, durante o concurso, algumas intercorrências existiram. Alguns candidatos foram eliminados pelas mais diversas ordens. E todo esse relatório será encaminhado, posteriormente, do Cespe para a Polícia Civil, para que a polícia investigue cada um dos indivíduos eliminados. Uma pessoa foi eliminada com equipamento eletrônico. De imediato, após a eliminação pela banca examinadora, os policiais, que estavam na escola, receberam a informação e conduziram a pessoa para ser feito o registro do Boletim de Ocorrência, como também o equipamento usado, porque era diferente, e tivemos que periciá-lo para saber se ele era capaz de trabalhar de alguma forma para passar informações. Não havia suspeita de flagrante naquele momento, mas uma atitude suspeita", continuou.
Delegado Igor Diego comenta investigação sobre suposta fraude em concurso público (Crédito: Reprodução/TV Pajuçara)
O delegado destacou que não há, até o momento, indícios que comprovam fraude no concurso, mas devido às denúncias, o caso está sendo investigado. "Já instauramos o inquérito policial para apurar não só a situação deste eliminado, mas tudo o que aconteceu durante o certame. Estamos em contato com o Cebraspe, para que a gente tenha acesso a lista de intercorrências o mais rápido possível e de tudo o que foi anotado nas atas das escolas que aplicaram essas provas. De ante mão, não podemos afirmar que houve qualquer tipo de fraude".
"Todos os pontos serão analisados, lembrando que a polícia já tem um amplo conhecimento de quem pratica essas fraudes, bem como o modus operandi dessas organizações criminosas. Desta vez não vai ser diferente. Vamos apurar tudo e esperamos que não tenha acontecido nenhum fraude, mas se for detectado que algum crime ocorreu durante a realização do concurso, nós vamos indiciar os indivíduos e prendê-los", finalizou o delegado.
Denúncia de fraude - Na manhã desta terça-feira, 11, o deputado federal, delegado Fábio Costa, esteve na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil de Alagoas, no bairro de Jacarecica, para se reunir com a direção após receber denúncias sobre a suposta fraude no concurso.
"Eu estou aqui na sede da Polícia Civil, na Delegacia Geral, para trazer uma gravíssima denúncia de fraude no concurso de delegado da Polícia Civil de Alagoas que ocorreu no último domingo. Eu vou agora conversar com a direção da Polícia Civil para saber se a direção tem conhecimento desse fato, se essa ocorrência foi registrada, o que foi feito até agora e o que será feito daqui para frente. Eu tenho informações muito graves em relação às pessoas que estavam participando dessa tentativa de fraude e eu vou ter cautela em relação a essas informações que eu recebi", afirmou em publicação nas redes sociais.
Segurança no concurso - A Polícia Civil havia destacado, no último fim de semana, que, a exemplo do que já tinha ocorrido no concurso público para agentes e escrivães, houve o reforço de equipes de segurança durante a prova para delegado. A ação teve como objetivo garantir a integridade dos participantes e a lisura do processo seletivo, e fez parte de um planejamento estratégico elaborado pela instituição, que contou com a atuação de agentes, escrivães e delegados – caracterizados e descaracterizado –, dentro e fora das escolas.
O trabalho também deu apoio ao Cebraspe, órgão contratado pelo governo do Estado, responsável pelo processo seletivo. No planejamento elaborado para este domingo, a Polícia Civil se preparou para deflagração da terceira fase da operação “LOKI”, reforçando mais ainda a segurança na prova do concurso de delegado em Alagoas.
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