por Eberth Lins
Publicado em 28/01/2025, às 09h26
O desaparecimento seguido do achado do corpo da menina Anna Cecillya, de apenas nove anos, chocou a sociedade alagoana, em especial a cidade de Branquinha, no interior de Alagoas, onde a menor residia com a família.
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Conforme revelou a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Anna Cecillya foi morta pelo namorado da tia e por um vizinho, um menor de 17 anos. Antes disso, ambos estupraram a menina que foi "morta covardemente e com requintes de crueldade", como frisou o delegado Mário Jorge Barros, que atuou na investigação.
Resultado da crueldade da dupla, a menina foi encontrada com o rosto desfigurado. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (28), o delegado Thales Araújo detalhou a tipificação dos crimes que vitimaram a menina. "Inicia-se pela ocultação de cadáver, temos a corrupção de menores, no caso do maior, estupro e o homicídio qualificado. São esses os quatros crimes imputados ao maior. Quando ao menor, a gente só retira a situação da corrupção de menores, ficando os outros três atos infracionais", explicou.
O avançado estado de putrefação também dificultou o trabalho da perícia. "Cabe enaltecer o trabalho da Polícia Científica, o debruçar dos profissionais. As informações que elas [as peritas] me passaram em tempo real, e à medida que os exames foram efetuados foram essenciais para que a equipe em campo pudesse colher mais informações e confrontar as histórias apresentadas pelos suspeitos", disse o delegado que seguiu detalhando o ação criminosa, conforme depoimneto de um dos autores.
"O menor confessou toda a sistemática. Quanto à motivação eles não quiseram falar, mas o menor descreve com detalhes toda a ação, desde o momento em que a pedido do maior ele convida a criança, até o momento em que eles praticam a violência sexual contra ela e, posteriormente, o momento em que ele, o menor, imputa ao maior os atos de violência que ceifaram a vida dela", frisa.
De acordo com o delegado, "a riqueza de detalhes foi tão grande, que foi possível confrontar o depoimento dele [do menor] com o que foi relatado pela perícia". "Ele diz que o indivíduo maior fazendo uso de um pedaço de madeira desferiu golpes nela, o primeiro golpe no crânio e isso 100% compatível com as lesões aferidas nos exames técnicos. E depois ele teria dado mais dois golpes na face da vítima, o que também é compatível, tanto com o que a perita verificou no local do crime quanto o que foi verificado no exame necroscópico", explicou.
O homem que confessou o crime morava com a tia da menina há 15 dias, que tinha conhecido pela Internet, enquanto o jovem de 17 anos era vizinho da família e conhecia a menina desde o nascimento. Anna Cecillya já tinha sido estuprada no passado, aos quatros anos de idade, segundo a polícia, pelo ex-companheiro da mãe, que não está mais em território alagoano.
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