O primeiro passo para a construção de qualquer negócio é o capital inicial, que é o investimento necessário para colocar o projeto em prática. Somando a isso, já mais a frente, existe o capital de giro, que serve para manter a empresa funcionando, entre o que foi investido e o retorno das receitas.
LEIA TAMBÉM
E, quando se fala no fluxo de caixa, ao longo do ano as empresas vão ter picos de arrecadação em alguns períodos específicos do ano, principalmente em datas comemorativas. É por isso que empreendimentos de ramos como alimentação e roupas usam o empréstimo sazonal, para impulsionar as vendas.
Carnaval, São João e festas de fim de ano são, geralmente, os momentos em que a demanda é maior e que pedem um aumento da capacidade produtiva. O novo podcast do TNH1 traz as histórias de Mônica Correia, dona de um carrinho de comidas; e Carleane Marques, dona de uma loja de moda plus size, que se utilizam da tática para crescer nos negócios.
Ambas são beneficiárias do Crediamigo, programa de microcrédito produtivo e orientado urbano, desenvolvido pelo Banco do Nordeste, que é o maior da América do Sul e o terceiro maior do mundo. Os valores para empréstimo variam de R$300 a R$21 mil. Somente neste ano, em Alagoas, o Banco do Nordeste divulgou que já foram feitas mais de 54 mil operações do tipo, que resultaram no valor de R$175,8 milhões.
O “Cantinho do Sabor”, carrinho de comidas típicas nordestinas de Mônica, fica localizado na BR-104, já na entrada de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió. Ela era auxiliar administrativa em uma oficina mecânica, mas precisou largar o trabalho depois de 10 anos para cuidar do pai, que depois morreria de câncer. Sem ter como retornar ao emprego anterior, resolveu empreender.
“O investimento não é barato, você olha carrinho desse e agora tá mais de R$3 mil. Não é barato. Mas aí tudo tem que ser industrial, porque o fogão industrial me proporciona um limite de tempo mínimo do que um normal. Então investi tudo nele. Aí o que eu pego no CrediAmigo eu compro tudo à vista e tenho desconto. E aí a gente vai investindo, vai investindo. Sempre tem alguma coisa para investir”, contou Mônica.
Crédito: João Arthur Sampaio/TNH1 |
Já a Moriá Karla, a loja de Carleane, fica no Shopping Popular de Maceió, no Centro da capital. Filha e neta de costureiras, ela explicou que sempre trabalhou com roupas. Hoje, o espaço que tem já vai completar 12 anos. Depois de trabalhar como sacoleira, indo de porta em porta, e de não se encontrar no curso técnico de enfermagem, ela decidiu que o que queria mesmo era vender.
“Todas as vezes o empréstimo do Banco do Nordeste pra mim foi primordial, porque através dele pude sair de sacoleira para ir para a loja física, depois da sociedade para a minha própria loja, e depois fiz minha loja crescer e trazer mais qualidade para o cliente”, relatou Carleane.
Crédito: João Arthur Sampaio/TNH1 |
O gerente de negócios do Crediamigo, Joaquim Braga, detalhou que um dos desafios, desde o início das microfinanças, era emprestar dinheiro para quem não tem garantia real e foi criado o aval solidário para substituir isso.
“Quando três ou mais indivíduos se juntam e pegam o crédito juntos, um avalizando o outro. Na falta de parte de uma parcela, o grupo se responsabiliza por cobrir e vice-versa. Como não teria outra maneira de fomentar esses empreendedores sem o aval solidário, a solução encontrada é um sucesso, tanto é que o programa tem perdurado aí desde 1999 até hoje, com índice de inadimplência bem abaixo da média do mercado”, ressaltou.
Escute o podcast completo:
O roteiro e montagem do podcast foram feitos pelo repórter João Arthur Sampaio, a produção foi da editora executiva do TNH1, Ana Carla Vieira, e a edição ficou a cargo de Renee Alves.