PF investiga desvio milionário em obras na BR-104 em Alagoas

Publicado em 11/05/2018, às 09h31

Por Redação

A Polícia Federal em Alagoas, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou, na manhã de hoje, 11, a Operação Catabiu para cumprir sete mandados de busca e apreensão em Alagoas, Pernambuco e São Paulo.

A Operação Catabiu foi desencadeada para apurar desvios em contrato de obra de revitalização da rodovia BR-104 em Alagoas, por conta de danos aos cofres públicos comprovados na ordem de R$ 10 milhões. A obra foi executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT em Alagoas, em um contrato firmado entre o órgão federal e um consórcio de empresas, para revitalização de aproximadamente 85 km da rodovia.

O valor do contrato original, acrescido de seus reajustes e aditivos, chega a R$ 100 milhões aproximadamente, valores integralmente de origem federal.

As investigações realizadas pela PF, bem como a auditoria da CGU, apontam para execução da obra com especificações aquém daquelas contratadas, gerando prejuízos comprovados por laudo pericial da ordem de R$ 10 milhões, podendo chegar a R$ 26 milhões aproximadamente, caso outros indícios já levantados, tais como simulação na contratação de insumos, subcontratação irregular de partes da obra e não aplicação de multa às empresas contratadas sejam confirmados.

A Operação Catabiu conta com a participação de 36 policiais federais e apoio de auditores da CGU. Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Alagoas, sendo quatro em Maceió/AL e um em Santana do Ipanema/AL. Um mandado é cumprido em São Paulo e um em Pernambuco. Na linguagem popular do Nordeste, Catabiu corresponde a buracos em estradas que provocam trepidação.

Dnit diz que valores já foram estornados

Em entrevista ao TNH1 nesta manhã (11), o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Fabrício Galvão, confirmou que R$ 11,9 milhões já foram estornados dos contratos com a construtora relativos às obras na BR-104. Os outros R$ 14 milhões do montante de R$ 26 mi investigados pela PF, Galvão explicou que o valor é referente às multas para a empresa, as quais são feitas gradativamente.

“Já conseguimos aplicar uma multa de R$ 1,6 mi à empresa que, inclusive, a medida foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 23 de abril deste ano”, disse o superintende.

“Sobre o caso, dois processos acontecem em paralelo porque o Dnit também apura de maneira administrativa. Praticamente o que estava fora da conformidade já foi estornado. No entanto, continuamos contribuindo com a Polícia Federal para ajudar a esclarecer o caso”, finalizou.

Gostou? Compartilhe