Um celular foi encontrado nesta quinta-feira (14) dentro do trailer usado por Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado com bombas na praça dos Três Poderes, em Brasília.
O celular será periciado por agentes da Polícia Federal, informou Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF. O atentado será investigado como ataque terrorista. O inquérito foi aberto ainda na noite desta quarta-feira (13), poucas horas após as explosões.
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PM desativou mais artefatos explosivos em frente ao STF na manhã desta quinta-feira (14). A polícia também monitora locais por onde o autor das bombas passou para verificar se há mais explosivos. "Está sendo feito monitoramento dos locais que ele passou para as equipes conseguirem se aproximar ao máximo das possibilidades de ele ter colocado bomba em outras regiões, mas tudo está em investigação ainda", afirmou o major Raphael Broocke, da PMDF.
Plano de Francisco Wanderley era entrar no STF para matar o ministro Alexandre de Moraes, contou a ex-mulher dele à PF. Imagens da praça dos Três Poderes mostram o homem recuando após ser abordado por um segurança do STF. Ele joga alguns explosivos contra o prédio, depois se deita no chão com outro explosivo perto da cabeça e detona o artefato.
"Ele jamais tiraria a vida dele, a não se que tivesse cumprido o objetivo. Se ele morreu em vão, não foi por ninguém, foi porque descobriram o que ele iria fazer", afirmou ex-mulher de Francisco.]
Francisco Wanderley compartilhava os planos e ameaças em grupo. Ele planejava o ataque desde a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro e fazia buscas no Google para viabilizar o atentado, de acordo com sua ex-mulher.
Quarto de casa onde Luiz estava hospedado, em Ceilândia (DF), tinha referências aos ataques de 8 de Janeiro. No espelho, ele manifestou o plano de explodir a estátua da Justiça, com a inscrição "em estátua de merda, se usa TNT". A frase era direcionada à mulher que vandalizou o monumento durante a invasão ao prédio do STF.
Outros parentes do homem serão ouvidos pela Polícia Civil de Santa Catarina. O autor do crime concorreu ao cargo de vereador em 2020 em Rio do Sul, pelo PL, mas não foi eleito. Ele se mudou para o Distrito Federal cerca de quatro meses antes do crime.
ENTENDA O CASO
As explosões na praça dos Três Poderes ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). As atividades legislativas foram interrompidas e devem ser retomadas na tarde desta quinta-feira (14), após uma varredura nos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional.
Terrorista teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia. A informação foi levada pelo chefe de segurança da Casa Legislativa aos parlamentares. O local sedia a maioria dos gabinetes de deputados e tem o acesso liberado para visitantes, que precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.
Explosão ocorreu durante votação na Câmara dos Deputados. No momento, os parlamentares debatiam a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que amplia a imunidade tributária de igrejas. A sessão foi mantida e suspensa apenas às 21h14, após a confirmação da morte do terrorista.
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