Atualizada às 11h
Um grupo acusado de utilizar micro câmeras para fraudar a realização de concursos públicos do Poder Judiciário, em todo o Brasil, é alvo de uma operação da Polícia Federal em Alagoas, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia. O estado alagoano é onde funciona o "núcleo" da quadrilha, de acordo com a polícia.
A Operação Afronta, como foi batizada, cumpre 19 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão. Em Alagoas, quatro pessoas foram presas, de acordo com o delegado André Santos Costa, superintendente adjunto da PF em Alagoas.
De acordo com a investigação da ação criminosa, investigada pela PF em Sorocaba (SP), cidade onde o grupo se hospedou e fez prova do concurso para os cargos de analista e técnico judiciários do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a ação funcionava com a participação de várias pessoas.
Os interessados em passar no concurso por meio da fraude e os “pilotos” responsáveis pelo esquema se inscreviam e iam ao local de prova. Os “pilotos” fotografavam as provas com micro câmeras e, decorrido o tempo mínimo de permanência no local, saíam e repassavam as imagens para o líder da organização. Esse, por sua vez, distribuía as respostas para os interessados, por meio de ponto eletrônico conectado ao celular do candidato.
Assista:
Pelo serviço, o candidato pagava dez vezes o valor de um salário do cargo pretendido.
Na investigação, o Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, desenvolvido pela PF, foi usado para detectar a fraude e identificar os participantes. O sistema foi alimentado com os gabaritos e, por meio de uma varredura, buscou coincidências nas respostas e os candidatos com maiores coincidências, analisando ainda se elas eram esperados ou não.
Veja imagens dos equipamentos usados na fraude:
+Lidas