PF apreende documentos em sede de secretaria e na casa de assessora da prefeita

Publicado em 02/09/2016, às 11h18

Por Redação


A Polícia Federal em Alagoas apreendeu, nesta sexta (02), documentos que comprovariam a doação de terrenos na cidade de Cajueiro a eleitores do município, em um suposto esquema de compra de votos para as próximas eleições.

Os papéis estavam na casa de uma assessora da prefeita Lucila Toledo, a servidora pública identificada como Gilvaneide Ferreira, que foi conduzida coercitivamente à sede da PF, no bairro de Jaraguá, em Maceió.


Na casa dela, a PF encontrou uma lista de nomes, que seria um cadastro de eleitores, além de termos de cessões de uso dos terrenos, documentos referentes a exames médicos de pessoas que não moravam na residência e comprovantes de compra de material de construção. Gilvaneide não quis falar com a imprensa.

Também foram apreendidos documentos na casa de um articulador político que seria candidato a vereador e na sede da Secretaria de Assistência Social de Cajueiro.

De acordo com o superintendente da PF em Alagoas, delegado André Costa, nos oito locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira, foram achados valores em dinheiro, telhas e várias anotações com nomes de eleitores.

Ele disse que os agentes contabilizaram centenas de documentos que comprovam a doação de terrenos para pessoas em Cajueiro e também acharam cópias de títulos de eleitores.

Cinco pessoas foram alvo de mandado de condução coercitiva. Algumas foram ouvidas na cidade e outras, levadas para a sede da PF.

As apreensões fizeram parte da operação Vassalagem, iniciada após denúncias feitas à Polícia Federal. Agentes fizeram levantamentos na cidade e confirmaram a prática suspeita, que levou à abertura do inquérito, autorizado pela Justiça eleitoral.

“Agora, vamos analisar os documentos e comparar os cadastros de eleitores com as listas apreendidas e os termos de doação. Eles podem ser indiciados pelo crime de corrupção eleitoral e associação criminosa”, afirmou o delegado.

Os eleitores que venderam o voto também pode ser responsabilizados pelo crime de corrupção eleitoral, com pena de até cinco anos de prisão.

Prefeita confirma apreensões, mas nega crime

A prefeita de Cajueiro, Lucila Toledo, candidata à reeleição, foi contatada pelo TNH1 e confirmou as apreensões de documentos na casa dele, na casa da servidora, que é sua assessora pessoal, e na Secretaria do Trabalho e Assistência Social.

Segundo Lucila, os documentos são referentes a um projeto de doação de terrenos de uma usina na região para famílias de baixa renda, que teria sido suspenso em abril deste ano, por conta do início do período de campanha eleitoral.

A doação, ainda conforme a prefeita, é realizada por intermédio da Secretaria de Assistência Social, onde estavam os documentos encontrados pela PF.

Ela disse que nada foi apreendido em sua casa e que desconhece a apreensão de cópias de títulos de eleitor.

“O projeto foi suspenso no início deste ano, porque é um momento eleitoral, e as pessoas cadastradas ficaram esperando. A oposição, desinformada, fez essa denúncia, porque quer ganhar de qualquer jeito”, declarou ao TNH1, em entrevista por telefone.

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