A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (3) que vai aumentar os preços dos combustíveis nas refinarias. A gasolina ficará 1,8% mais cara, em média, e o óleo diesel, 2,7%.
LEIA TAMBÉM
A mudança é no preço cobrado nas refinarias, o que significa que o preço final para o consumidor pode não cair, necessariamente, na mesma proporção.
O aumento acontece três dias após a empresa ter baixado o preço da gasolina em 5,9% e do diesel em 4,8% na última sexta-feira (30). Os motivos para a alta não foram informados. Na semana passada, a estatal havia informado que poderia alterar os preços para cima ou para baixo em qualquer dia.
Os novos preços começam a valer a partir desta terça-feira (4).
Nova política de preços
Em outubro do ano passado, a Petrobras adotou a política de rever os preços dos combustíveis ao menos uma vez por mês. Essa política é norteada por dois fatores: o preço do petróleo no mercado internacional (incluindo gastos com transporte e taxas portuárias) e uma margem para lucro, impostos e proteção de riscos, como variações na cotação do dólar.
No final de junho, menos de um ano após a implantação da política de preços, a empresa revisou a estratégia e permitiu que a área de marketing e comercialização reajuste as cotações na refinaria de forma mais frequente, inclusive diariamente, em busca de maior competitividade e com o objetivo principal de recuperar receita e participação de mercado.
A partir dessa nova orientação, a Petrobras poderá realizar ajustes sempre que achar necessário, dentro de uma faixa determinada, de redução ou alta de 7%. A margem de referência será determinada e também reavaliada sempre que necessário pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp), formado pelo presidente da Petrobras e plos diretores executivos de Gás e Refino e de Finanças e Relação com Investidores.
Petrobras não repassou preços no passado
A política de preços da Petrobras foi alvo de críticas no passado, principalmente no governo da presidente Dilma Rousseff. Os preços dos combustíveis no Brasil são controlados pelo governo, que é sócio majoritário da petroleira.
Em geral, a empresa compra combustíveis no exterior e revende-os no país. No início de 2016, a cotação do petróleo no mercado internacional caiu a níveis históricos, mas a Petrobras decidiu não repassar essa queda para o preço dos combustíveis. Ao importar combustível mais barato e vendê-lo pelo mesmo preço de antes, os ganhos da Petrobras com a revenda aumentaram.
Na época, críticos afirmaram que, ao manter os preços artificialmente, o governo estava usando a política de preços para recuperar parte do que perdeu quando o petróleo estava caro lá fora – e o preço não subiu aqui – e para tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um endividamento muito grande da companhia.
A então presidente Dilma Rousseff disse, na ocasião, que "o governo não tem nada a ver com subir ou baixar o preço da gasolina" e que cabe à Petrobras avaliar se é o caso de reduzir os preços dos combustíveis no país.
+Lidas