Pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer, diz Guedes em Davos

Publicado em 21/01/2020, às 21h28
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Por Folha Press

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (21) que as pessoas são obrigadas a degradar o meio ambiente quando estão na pobreza. A fala do ministro ocorreu durante um painel do Fórum Econômico Mundial que tratava sobre o futuro da indústria e do trabalho.

"O pior inimigo da natureza é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer", disse.

O ministro também falou que a produção de alimentos ainda depende de agrotóxicos.

"Todos nós queremos um espaço mais verde e queremos mais comida. E dependendo de quais químicos você usa para ter mais comida, você não tem um espaço limpo. E isso é uma solução política muito complexa", afirmou.

"Você não tem um meio ambiente limpo porque as soluções não são simples. São complexas", acrescentou o ministro.

Guedes afirmou ainda que, no Brasil, o poder do voto é muito grande. "As pessoas querem as indústrias e os empregos, mas ao mesmo tempo há pressão de tornar isso verde. É um balanço delicado mas temos certeza de que iremos alcançá-lo."

Como o painel tinha como foco a discussão sobre manufatura não houve espaço para aprofundar o tema.

Guedes não falou sobre o trabalho do agronegócio brasileiro para elevar a produtividade e não ocupar áreas de matas, uma grande preocupação de ambientalistas em relação ao Brasil.

O primeiro ano do governo Jair Bolsonaro foi marcado por críticas da comunidade internacional sobre a forma como o país lida com os temas ambientais, especialmente o episódio das queimadas na Amazônia. Bolsonaro não foi ao evento neste ano.

Além disso, a temática ambiental é central no fórum de Davos neste ano. Diversas das sessões do fórum são dedicadas a negócios mais verdes e à participação das empresas para que se cumpra o que está no Acordo de Paris sobre o Clima -a manutenção do aquecimento do planeta em no máximo 1,5°C neste século.

A jovem ativista Greta Thunberg é o símbolo do evento neste ano, que marca 50 anos do evento nos Alpes Suíços.

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