Pesquisa sobre uso de saliva na limpeza dá Ig Nobel de química a Portugal

Publicado em 14/09/2018, às 20h50
Laboratório | Pixabay
Laboratório | Pixabay

Por Folhapress

Um trio de pesquisadores de Portugal conquistou na noite desta quinta (13) o prêmio Ig Nobel -espécie de Oscar da zoeira científica- de química com um trabalho sobre o potencial de limpeza da saliva humana em superfícies sujas.

Promovida anualmente pela revista "Annals of Improbable Research", a distinção diz ter o objetivo de destacar pesquisas que "primeiro provocam risos, depois fazem pensar". Todos os anos, investigações científicas de todo o mundo são indicadas à laurea.

De autoria dos portugueses Paula Romão, Adília Alarcão e César Viana, o artigo "Saliva humana como agente de limpeza para superfícies sujas" fez uma análise científica do milenar hábito de usar um bocadinho de cuspe para remover manchas e impurezas.

O desempenho da saliva foi comparado ao de agentes químicos e, surpreendentemente, levou a melhor sobre eles.
Assim como os outros premiados, os portugueses entraram na brincadeira e prepararam um discurso de aceitação do Ig Nobel.

Os cientistas não estiveram presentes na cerimônia de entrega, nos Estados Unidos, mas enviaram um vídeo agradecendo a distinção e avisando que o truque da saliva, embora eficiente em muitos casos, não vale para a limpeza das cozinhas.

A pesquisadora do Museu de Arte de Harvard Francesca Bewer fez no palco uma demonstração em tom de brincadeira, onde limpou parte de uma tela usando um cotonete com saliva.
Como já é tradição, os vencedores também foram contemplados com um valor em dinheiro: uma nota de 10 trilhões de dólares do Zimbábue, que vale alguns poucos centavos da moeda americana.

MAIS QUE BRINCADEIRA

Apesar da atmosfera de brincadeira, o Ig Nobel é levado bem a sério. A cerimônia de entrega acontece no auditório da Universidade Harvard, em Cambridge (EUA), com a presença de muitos vencedores do Nobel original.

E há quem acumule vitória nas duas láureas.
O holandês Andre Geim que venceu o IgNobel de Física no ano 2000 e faturou o Nobel, na mesma categoria, em 2010.

Em 2018, nenhum brasileiro foi contemplado, mas o país já foi representado em outras edições.

No ano passado, por exemplo, o Brasil foi contemplado em duas categorias.


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