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Perícia 3D simula momento do acidente com Porsche que causou morte em SP

FolhaPress | 19/07/24 - 18h28
Foto: Reprodução/Polícia Científica de SP

Um vídeo elaborado pela Polícia Científica de São Paulo simula o acidente causado pelo motorista Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que dirigia um Porsche e bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, no dia 31 de março.

O vídeo foi anexado no laudo do acidente, que causou a morte de Ornaldo e deixou o amigo de Fernando, Marcus Vinicius Machado Rocha, gravemente ferido. O material foi produzido a partir de uma perícia 3D realizada pelo IC (Instituto de Criminalística), que mapeou as vias com um scanner laser tridimensional e um drone.

No vídeo realizado pela polícia, é concluído que o empresário estava a 136 km/h na hora do acidente -a velocidade máxima da avenida Salim Farah Maluf, onde ele trafegava, é de 50 km/h. O cálculo da velocidade do empresário no momento da colisão é semelhante ao previsto anteriormente pelo Núcleo de Apoio Logístico.

De acordo com o TJ-SP, Fernando deve ser ouvido em uma nova audiência no dia 2 de agosto, que deve acontecer no formato virtual.

Ele está preso preventivamente na penitenciária de Tremembé, conhecida como presídio dos famosos, onde aguarda o julgamento do caso. Ele é réu sob acusação de homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima.
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) já ouviu testemunhas do caso, como o amigo Marcus Vinicius e a namorada dele, que estiveram com Fernando naquela noite, e afirmaram que o empresário bebeu antes do acidente. Já a namorada de

Fernando alega que ele não ingeriu álcool. Ele também nega que tenha bebido.

RELEMBRE O CASO 

No dia do acidente, Fernando saiu com a namorada e um casal de amigos, Juliana Simões e Marcus Vinicíus. Eles estiveram em um bar, no qual consumiram R$ 620 e, em seguida, em uma casa de pôquer, na qual Fernando ganhou R$ 1.000 e consumiu R$ 400.

No primeiro estabelecimento, eles compraram oito drinques chamado Jack Pork -feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano-, além de uma caipirinha de vodca.
Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados.

Em seu depoimento à polícia, Sastre Filho afirmou não ter consumido bebida alcoólica antes do acidente e disse estar um pouco acima da velocidade permitida na avenida quando bateu. Imagens da câmera de segurança de um posto de gasolina próximo ao local do acidente mostram o carro de luxo trafegando muito acima da velocidade de outros veículos.

Advogado de Juliana e de Marcus Vinícius, José Roberto Soares Lourenço afirmou que seus clientes assumiram o compromisso de colaborar com a Justiça desde o início da investigação.

"Por esse motivo, foram entregues ao Ministério Público do Estado de São Paulo mídias virtuais que dizem respeito à data do ocorrido", diz. Em depoimento, Juliana e Marcus afirmaram que Fernando bebeu na noite do acidente.
Juliana afirmou que o amigo foi aconselhado a não dirigir por estar um pouco alterado.

Já a namorada do dono do Porsche disse em depoimento que ele não bebeu. Ela afirmou que os dois estão junhos há oito anos e que têm um combinado de que quando um bebe o outro não consome bebida alcoólica.