Na última segunda-feira, 11, o Banco do Brasil anunciou a abertura de dois Programas de Demissão Voluntária (PDV), com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários.
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O processo, no entanto, não atrapalha o concurso Banco do Brasil de escriturário.
Isso porque a seleção que será aberta pela instituição ainda em janeiro é para o escriturário voltado à área de Tecnologia da Informação (TI), assim como aconteceu em 2018.
Os selecionados no concurso de 2021 deverão atuar, prioritariamente, nas agências digitais, não havendo relação com a notícia de fechamento de unidades presenciais do banco.
O PDV, na verdade, surge apenas como mais uma etapa do processo de reestruturação do banco, que vem se modernizando nos últimos anos sobretudo para competir com os bancos da iniciativa privada.
Em entrevista à Folha Dirigida em 2018, o então diretor de Gestão de Pessoas, José Caetano Minchillo, informou que os escriturários selecionados naquele ano atuariam em qualquer ramo do banco, mas seguindo as diretrizes estratégicas.
"Prover vagas de escriturário nas capitais incluídas no edital, com vistas a atender necessidades estratégicas do banco", disse o diretor à época.
Já faz alguns anos que as agências digitais do Banco do Brasil são a prioridade da empresa, e todos os movimentos feitos neste início de ano convertem para isso. O PDV e o concurso público.
Mas há outros pontos que mostram a naturalidade de um Programa de Demissão Voluntária nas vésperas da abertura de um concurso.
Pode não parecer, mas é muito comum o Banco do Brasil abrir PDV antes de concursos. Isso aconteceu por exemplo em 2015, que teve PDV e concurso público.
Em junho daquele ano o banco lançou um Plano de Demissão Voluntária que tinha como alvo 18 mil funcionários. Em agosto foi lançado um edital de concurso para escriturários com vagas no Nordeste do país.
O concurso público deste ano, inclusive, é confirmado oficialmente pelo banco. De acordo com a Assessoria de Imprensa do BB, um edital está com os preparativos avançados.
Saiba mais detalhes do PDV do Banco do Brasil
O PDV do Banco do Brasil oferecerá duas formas de desligamento, sendo elas:
Programa de Adequação de Quadros (PAQ), a fim de otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco. Além da opção de desligamento, o PAQ incentiva movimentações laterais para unidades onde existam vagas.
Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), disponível a todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos e é específico para o incentivo ao desligamento, com limite de 5 mil adesões.
O número final de adesões, assim como o impacto financeiro, serão revelados após o término do processo, que está previsto para ocorrer até o dia 5 de fevereiro, segundo o banco.
Apesar do anúncio pegar muitos empregados do BB de surpresa, o PDV já estava previsto pelo banco, considerando a necessidade de reestruturação da instituição.
Na segunda, 11, o BB também anunciou o fechamento de 361 unidades. Segundo o banco, o intuito, além da economia, é a modernização por meio da ampliação da oferta de soluções digitais.
Em 2019, quando também anunciou um plano de desligamento incentivado, a categoria já protestava contra a reestruturação do BB.
"O Banco do Brasil vem priorizando a proliferação de agências digitais. Isso afetará sua função pública e social. A política de Estado para os bancos públicos deve priorizar a bancarização da população, principalmente a de mais baixa renda, ao invés de copiar o modelo adotado pelos bancos privados", criticou, na época, o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários, João Fukunaga.
Edital do BB pode sair este mês
O concurso Banco do Brasil pode ser aberto neste mês de janeiro. De acordo com fontes ouvidas por Folha Dirigida, os preparativos estão em estágio avançado para a publicação do edital.
Apesar da previsão, o BB mantém seus últimos posicionamentos, que confirmam os estudos avançados, mas sem data para a divulgação do documento.
Com o foco em soluções digitais, o próximo concurso Banco do Brasil também deve seguir este padrão.
Ao que tudo indica, serão oferecidas 120 vagas de escriturário com foco na área de Tecnologia. O regime de contratação será o celetista.
Como o BB tem carreira única para ingresso (escriturário), o requisito exigido deve continuar sendo o nível médio.
Os vencimentos para a carreira são de R$4.036,56, para jornada de 30 horas. O valor já conta com os auxílios-alimentação e refeição. Os contratados ainda têm os seguintes benefícios:
O auxílio-transporte também é concedido, mas ainda não está confirmado devido à possibilidade de os selecionados atuarem de casa.
O concurso Banco do Brasil deve permitir a escolher do local de trabalho, já que o BB estuda manter o home office mesmo após a pandemia.
Entenda o concurso Banco do Brasil com foco em TI
Atualmente, o Banco do Brasil tem carreira única para ingresso: a de escriturário, de nível médio. Desta forma, o próximo concurso deve contar com vagas para esta posição.
Ao que tudo indica, a seleção deve repetir os moldes do edital de 2018, ou seja, tendo foco para a área de Tecnologia da Informação.
Na época, foram incluídas questões de Probabilidade e Estatística. Já as disciplinas de Cultura Organizacional, Técnicas de Vendas e Atendimento, comum ao cargo de escriturário tradicional, ficaram de fora.
Além disso, em 2018, o conteúdo de Informática foi cobrado de maneira mais ampla, considerando que as contratações seriam específicas para área de TI.
Saiba o que esperar das provas do BB
Em 2018, a prova objetiva do Banco do Brasil foi composta por 70 questões, que foram distribuídas por disciplinas de Conhecimentos Básicos e Específicos, sendo elas:
Conhecimentos Básicos - 20 questões (cinco cada disciplina)
Conhecimentos Específicos - 50 questões
Ao todo, 150 mil candidatos foram convocados para realizar a prova, nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Os concorrentes ainda realizaram uma redação, no modelo de um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas.
A seleção foi homologada em julho de 2018, com validade de um ano e podendo ser prorrogada até julho de 2020. Os selecionados foram contratados pelo regime celetista.
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