PC investiga se acúmulo de botijões de gás potencializou explosão no Maceió I

Publicado em 07/11/2024, às 14h00
Imagem aérea mostra dimensão da explosão no Residencial Maceió I, no Cidade Universitária - Vasni Soares / TV Pajuçara
Imagem aérea mostra dimensão da explosão no Residencial Maceió I, no Cidade Universitária - Vasni Soares / TV Pajuçara

Por TNH1 com TV Pajuçara

A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) começou a investigar a explosão que provocou as mortes de Gilvan Nunes da Silva e Wesley Lopes da Silva, e de uma criança de 12 anos, que se chamava Tarlison Felipe, neto de Gilvan. O estrondo aconteceu por volta das 04h30 desta quinta-feira, 7, no Residencial Maceió I, no Cidade Universitária, parte alta da capital alagoana.

Em entrevista ao Fique Alerta, o delegado Sidney Tenório informou que a linha de investigação inicial é a de vazamento de gás.

"A gente tem mais ou menos essa linha traçada desde as primeiras horas desta manhã, quando a primeira equipe da PC chegou ao local e conversou com os peritos do IC (Instituto de Criminalística). Por volta das 4h recebemos o chamado na Central de Flagrantes, a doutora Maria Teresa, que estava de plantão, acionou o IML (Instituto Médico Legal), o IC e o CBM (Corpo de Bombeiros Militar) para irem ao local. Logo em seguida, a PC também chegou. Temos a informação que o cheiro de gás era forte naquele primeiro momento de quem chegava no ambiente. O que fortalece a versão de que teria sido um vazamento de gás que fez com que houvesse toda aquela explosão".

Os relatos de moradores do residencial indicam que Gilvan trabalhava como vendedor de churros. Segundo a polícia, há a apuração no local da explosão que o comerciante teria acumulado outros botijões de gás no apartamento.

"Por que uma explosão tão potente? Aí vem o segundo momento da investigação. Já agora do final da manhã, quando recebemos a informação de um policial que está no local, a PC não saiu ainda daquele ambiente. Possivelmente a pessoa do Gilvan tinha seis botijões de gás reservas dentro de casa e um em atividade. Ele exercia o trabalho de ambulante, salvo engano como vendedor de churros, o que fazia com que ele tivesse esse grande número de botijões", detalhou Sidney Tenório.

Sidney, que chegou no residencial porque estava dando aula para alunos do Curso de Formação de Delegados, afirmou que a delegada Cássia Mabel, que é a titular do 10º Distrito Policial, é quem vai presidir o inquérito. A polícia trabalha com o prazo de 10 dias para receber os primeiros relatórios dos peritos criminais e deve começar a ouvir as testemunhas a partir da próxima semana.

"Acredito que as possíveis testemunhas já tenham sido intimadas pela chefe de operações que esteve no local e nos passou todo esse conteúdo. Até porque eu estava aqui hoje dando aula na escola do governo para os futuros delegados. Acredito que na segunda-feira os vizinhos devem começar a ser ouvidos. Ela nos disse que ouviu de pessoas fidedignas que havia esses botijões de gás dentro do imóvel. E que inclusive haveria um maior que abastecia os menores. A coisa era meio precária. É uma fatalidade. A Polícia Civil lamenta a morte de uma criança de 12 anos e bem como a de um idoso".

Explosão deixou cenário de destruição no residencial
Explosão deixou cenário de destruição na rua
(Foto: Caio Lui/TNH1

"Claro que se for comprovada a responsabilização de alguém que já está morto, devemos ao final do inquérito opinar pela excludente da culpabilidade pela morte do agente. Agora, se houver outras pessoas envolvidas, também podem ser indiciadas", explicou Sidney Tenório.

O HGE (Hospital Geral do Estado) atendeu quatro vítimas do acidente de hoje, entre elas estavam uma mulher de 51 anos, um jovem de 18, uma adolescente de 15 e uma criança de oito anos. Eles ainda recebem atendimento de emergência na Área Vermelha Trauma, que inclui a realização de exames de imagem; os quadros de saúde são estáveis.


Denúncias - O delegado disse ainda que as pessoas podem ajudar as autoridades em possíveis fiscalizações para casos de manuseio inapropriado de gás de cozinha.

"Recentemente, recebemos na Delegacia-Geral comumente alguns tipos de demandas vindo com relatórios de investigação de possível comércio ilegal de gás de cozinha. Justamente são ambientes perigosos. Possivelmente, o gatilho deve ter sido algum interruptor de luz, que geralmente é suficiente para ser gatilho para explosão de um ambiente 'inundado' por gás liquefeito de petróleo. Se você está em casa e sabe que seu vizinho está usando residencial, como um apartamento, por exemplo, para fazer comercial... A gente sabe que, infelizmente, muita gente que trabalha com venda de refeições faz da cozinha residencial como se fosse industrial. Se você sabe disso, faz uma ligação e denuncia o caso, que o Corpo de Bombeiros vai fazer a fiscalização", alertou Tenório.

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