Em cinco meses de atuação na cidade de Arapiraca, a Patrulha Maria da Penha já protegeu 196 vítimas de violência doméstica encaminhadas pelo Juizado da Mulher da Comarca. Nesse período, também foram realizadas dez prisões de agressores por descumprimento de medidas protetivas.
LEIA TAMBÉM
Uma prisão que chamou a atenção do grupamento, segundo a tenente Priscila, ocorreu no começo deste ano. "O ex-companheiro da assistida sempre a ameaçava, dizendo que ia matá-la junto com a filha do casal e depois se matar. A mulher já não aguentava mais e estava sofrendo bastante com a situação. A guarnição estava empenhada em fazer essa prisão, que foi concretizada", contou.
Ainda de acordo com a tenente, o grupamento recebe retorno positivo das assistidas, que relatam se sentirem mais seguras com a Patrulha. "Elas recebem rondas e visitas constantes, além de poderem contar com o telefone direto da guarnição que está de serviço. Um fato interessante é que outras mulheres acabam se encorajando a denunciar quando percebem a atuação da Patrulha, quando percebem a viatura caracterizada circulando pelas ruas ou têm notícia das prisões realizadas", disse.
Atualmente, a Patrulha Maria da Penha em Arapiraca possui um efetivo de 14 policiais militares, sendo que dois atuam no administrativo e 12 no serviço operacional, divididos em quatro guarnições. De acordo com a tenente, todos os dias uma viatura caracterizada (na cor lilás) sai às ruas com três PMs que trabalham 24h na proteção das vítimas de violência doméstica.
Nesse período de pandemia, a Patrulha vem tomando os cuidados recomendados pelos órgãos de saúde. "Durante as visitas de rotina, as guarnições evitam entrar na casa das assistidas e preferem atendê-las no quintal ou na calçada", explicou Priscila.
O grupamento conta com uma sala dentro do próprio Juizado da Mulher, no bairro Santa Edwirges, em Arapiraca. O objetivo é agilizar os atendimentos, possibilitando a atuação dos policiais no momento em que o juiz Alexandre Machado, titular da unidade, concede as medidas protetivas.
Para o magistrado, a Patrulha chegou em um momento em que a violência doméstica estava crescendo na cidade. "Atualmente ela está acompanhando mais de 100 medidas protetivas e a ideia é que a Patrulha, além de fiscalizar o cumprimento dessas medidas, também ocupe espaços como escolas, unidades de saúde, e nos ajude na prevenção da violência doméstica e familiar", reforçou Alexandre Machado.
Apoio da Presidência do TJAL
O presidente do Tribunal de Justiça (TJAL), Klever Loureiro, afirmou que a instituição apoia a Patrulha Maria da Penha e outras iniciativas de combate à violência doméstica, a exemplo da Casa da Mulher Alagoana, inaugurada no mês passado. "Muitas das vítimas não têm para onde ir, são dependentes dos agressores e ficam perambulando na rua. Na Casa da Mulher elas têm o primeiro apoio e são encaminhadas para o atendimento de diferentes órgãos", reforçou.
A Casa da Mulher Alagoana, localizada na Praça Sinimbu, no Centro de Maceió, reúne Juizado, delegacia especializada, Defensoria Pública, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha e outros órgãos da rede de proteção às vítimas de violência doméstica. O prédio também disponibiliza alojamento temporário, salas de atendimento psicossocial, brinquedoteca e centro de mediação e conciliação.
LEIA MAIS
+Lidas