Parte de muro do metrô desaba e atinge menina de 8 anos no Recife

Publicado em 17/10/2021, às 17h34
Reprodução / Redes Sociais
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Por Folhapress

Um pedaço de concreto do muro do metrô no Recife cedeu sobre uma criança de 8 anos neste sábado (16). Kemilly Kethelyn Lino da Silva participava da tradicional festa do Dia das Crianças que ocorre anualmente na comunidade do Coque quando foi atingida pelo desabamento.

A menina teve ferimentos sérios e precisou passar por cirurgia no Hospital da Restauração (HR). Segundo a unidade, o estado de saúde dela é grave.

O acidente ocorreu durante evento anual promovido pela ONG Mão Amiga Recife. Na edição deste ano, mais de 100 crianças se reuniram na comunidade, no bairro Ilha de Joana Bezerra, para participar das atividades em celebração à data.

De acordo com testemunhas, antes da placa de concreto ceder, foi possível ouvir um estalo, mas a menina não conseguiu deixar o local a tempo. O impacto causou múltiplas lesões em Kemilly. Ela recebeu os primeiros socorros ainda no local e, em seguida, foi levada ao hospital mais próximo pelos próprios moradores.

"Já tinha passado das 12h. Realizamos algumas brincadeiras e depois disso íamos entregar os brinquedos. Quando a placa caiu, as crianças estavam na calçada. Quando avaliei, vi que ela estava com uma hemorragia intensa. Não dava tempo para esperar o Samu e paramos o primeiro carro à frente", contou o enfermeiro Jonatas Bruno à reportagem.

O profissional integra a equipe da ONG e acompanhou o socorro da menina de perto. "Nós mesmos da comunidade que retiramos a placa e levamos ela para o hospital do Imip. De lá, transferiram para o HR", continuou.

No último boletim médico, o Hospital da Restauração informou que a menina deu entrada na unidade com politraumas, e que o mais grave deles foi na bacia. Ainda segundo o HR, Kemilly passou por cirurgia e está na UTI, com uso de ventilação mecânica. A equipe disse que as próximas 48 horas serão decisivas, e que ela ainda corre risco de morte.

Mãe de Kemilly, a dona de casa Caroline Pereira contou à reportagem que sempre participa das festividades na comunidade. No entanto, no sábado, por ter que tomar conta de uma tia, liberou as duas filhas, de 8 e 2 anos, para irem ao evento quase na porta de casa.

"Participo todos os anos, mas ontem estava muito ocupada lavando roupas e fazendo almoço. Ela disse: 'mainha, vou para a festa'. Eu amarrei o cabelo dela, e ela foi com a irmã. Eu fiquei esperando chegar alguém para poder ficar lá com elas. De repente, a gente viu as crianças correndo e gritando. O rapaz já vinha com ela no braço. Quero minha filha de volta. Não durmo desde ontem", disse.

De acordo com a população local, a área é repleta de problemas estruturais. "A placa que caiu já era reformada. Em vários trechos podemos ver o desgaste nas estruturas. Outras partes já caíram ou estão em iminência de acidentes", explicou o enfermeiro.

A reportagem procurou a CBTU (Companhia de Brasileira de Trens Urbanos), mas não obteve retorno. Já a mãe de Kemilly contou que ainda no sábado uma equipe da CBTU procurou pela família para se colocar a disposição. "Marcaram para meu marido ir lá na sede do metrô", disse.

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