Paraíba vai abrigar maior acervo expressionista do Nordeste

Publicado em 10/04/2019, às 14h58
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Por Paraíba Online

Uma comissão responsável pela instalação do Memorial Abelardo da Hora na Paraíba visitou o ateliê do artista pernambucano, no Recife, na última quinta-feira (4). Formada pela presidenta da Funesc, Nézia Gomes; a vice, Raisa Agra; o gerente de artes visuais da Funesc, Edilson Parra; juntamente com Lau Siqueira e Marjorie Gorgonio, gestor e gestora do Memorial, a comissão se reuniu com familiares do artista e discutiu pontos sobre a obra que está sendo construída no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

Na oportunidade, foi definida a data da inauguração: 31 de julho, ocasião dos 95 anos de nascimento do artista.

Avaliado em R$ 11 milhões, o acervo é composto por toneladas de obras esculpidas em concreto e bronze, além de pinturas e desenhos. Parte delas irá compor o Memorial na capital paraibana. Outra parte irá para Portugal. Com isso, a Paraíba abrigará o maior acervo de obras expressionistas do Nordeste.

Durante o encontro da última quinta-feira, o gerente de Artes Visuais da Funesc, Edilson Parra, mostrou plantas do Memorial ao publicitário e designer gráfico Daniel da Hora, responsável pela elaboração do projeto expositivo. “Abelardo da Hora foi o construtor de uma linguagem artística”, avalia o herdeiro que, na próxima semana, visita a obra em João Pessoa.

O Termo de Doação das obras do artista ao Estado da Paraíba foi assinado em outubro do ano passado, na casa onde Abelardo vivia na capital pernambucana. Para abrigar o acervo, foi iniciada a obra do Memorial Abelardo da Hora, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.

As obras do artista, falecido em setembro de 2014, são preservadas pelos familiares em um casarão na capital pernambucana. Casado com a paraibana Margarida Lucena, o artista sempre manteve uma relação de carinho com a Paraíba.

Em dezembro do ano passado, após receber críticas de políticos pernambucanos sobre a doação do acervo à Paraíba, a família do artista divulgou uma carta intitulada “Abelardo de todas as horas e de todo o Brasil”. Nela, a família explica que recebeu convites de outras partes do país e convites internacionais, como dos países de Portugal, Romênia e Emirados Árabes, mas optou pela Paraíba pois já tinha sido iniciada a construção do museu antes mesmo da doação ser concretizada e por estar perto, acessível também aos pernambucanos.

“A doação mantém viva a fraternidade entre os dois estados – irmãos culturais – pois, da mesma maneira que Pernambuco abriga, mantém, preserva e divulga a obra e a memória do paraibano Ariano Suassuna, a Paraíba abrigará, manterá, preservará e divulgará a obra e a memória do pernambucano Abelardo da Hora. Não há, portanto, nenhum prejuízo para a cultura de nenhum dos dois estados, nem para a cultura nordestina”, explicou.

O artista pernambucano é reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros e deixou um acervo com quase 300 peças, entre esculturas, telas e outras obras. Nasceu em 1924 na cidade de São Lourenço da Mata, em Pernambuco. Cursou Artes Decorativas no Colégio Industrial Professor Agamenon Magalhães. Ingressou na Faculdade de Direito de Olinda e frequentou o Curso Livre de Escultura da Escola de Belas Artes do Recife. Entre 1943 e 1945 foi contratado pelo industrial Ricardo Brennand, para trabalhar na Cerâmica São João, época em que realizou diversos trabalhos com motivos regionais.

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