Depois do reajuste na conta de energia e do anúncio de aumento nos combustíveis, foi a vez do pãozinho francês, tradicional na mesa dos brasileiros, sofrer com a alta do dólar. Isto porque o Brasil produz apenas metade do trigo usado para produzir pães, massas e biscoitos consumidos o país. O restante é importado e - portanto - diretamente afetado pela valorização da moeda americana.
Na mesa do alagoano o reajuste pode chegar a 10%, segundo o presidente do Sindicato dos Panificadores de Alagoas, Alfredo Dacal. "Temos o pão francês mais barato do Brasil, e isso torna o reajuste inevitável", explicou em entrevista ao TNH1.
"A maior preocupação do seguimento, no momento, é manter o pequeno empresário que sobrevive apenas da venda desse alimento", disse. "Quem tem condições, acrescenta outros itens nas vendas, como as lojas de conveniência, para que o prejuízo seja menor", acrescentou.
A declaração de Alfredo pode ser percebido nas ruas de Maceió: as padarias mais tradicionais da cidade têm de tudo: salgadinho, tortas, sanduíches, pães sofisticados, e bebidas em geral. No entanto, a grande estrela continua sendo o bom e velho pão francês.
Para a dona de casa Maria de Fátima dos Passos Silva, moradora da parte alta de Maceió, o impacto no aumento do pão é só um complemento salgado para o bolso da família. " Se fosse só o francês aumentasse, tudo bem. Mas não é só isso. Sabemos que o gás vai subir, depois da conta de luz, além da gasolina", falou. "Quando junta tudo, pesa bastamente no nosso orçamento", disse.
Uma pesquisa feita pelo Procon/AL na Capital mostra que os preços do quilo variam de R$ 5,80 (bairro da Jatiúca) a R$ 9,49 (Ponta Verde). A amostra, colhida em 20 estabelecimentos espalhados por Maceió, aponta uma média de valor de R$ 7,45. No interior, o preço médio e de R$5,60 por quilo.
Ainda segundo Alfredo Dacal, para a maioria dos padeiros alagoanos, a farinha precisa ser adquirida semanalmente, o que encarece ainda mais, por conta da altas constantes do dólar. "É comum encontrarmos pequenos produtores em atacadistas comprando o trigo para usar no dia seguinte, por sequer terem capital de giro", lamentou.
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