Os detalhes do caso chocante sobre a morte do pequeno Anthony Levy Nascimento dos Santos, de apenas quatro anos, estão sendo divulgados, nesta quarta-feira, 29, pela Polícia Civil de Alagoas (PC-AL). O pai do menino confessou aos delegados que envenenou o próprio filho com o agrotóxico conhecido popularmente como "chumbinho", colocando o veneno no mingau da criança. A criança morreu após passar mal na segunda-feira, 27, em uma creche, no bairro São Jorge, em Maceió.
Em entrevista exclusiva à TV Pajuçara, o delegado-geral da PC-AL, Gustavo Xavier, contou que a investigação começou a evoluir após receber informações da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã, por meio de detalhes fornecidos por diretores, professores e vigilantes da escola.
"Para nós, após a confissão, ele teria assassinado o próprio filho, cometido homicídio qualificado com a utilização de veneno, o que é um meio insidioso, sem o conhecimento da criança de quatro anos. O Anthony, que completou cinco anos de idade no dia do próprio sepultamento. Ele comprou esse material, esse chumbinho, que é um agrotóxico utilizado comumente como raticida. Comprou no bairro do Jacintinho e utilizou esse agrotóxico no dia que a criança morreu. A mãe do criminoso (avó da criança) fez uma papa para o menino, um mingau, e ele (pai da criança), de maneira sorrateira, utilizou esse chumbinho. Foi o tempo praticamente do pai retirar a criança de casa e levá-la até a escola".
A prisão do pai de Anthony Levy foi divulgada pelas autoridades pouco depois das 13h desta quarta-feira.
A confissão - Segundo a comissão de delegados, uma das hipóteses que pode ter levado o pai a matar o próprio filho de quatro anos seria a relação com a ex-mulher.
"Todas as variáveis serão analisadas pela PC, mas o fato que nós temos agora é a confissão do próprio pai da criança, que seria o autor material da morte do próprio filho. De início ele negou. Após uma conversa, a gente mostrando algumas evidências trazidas e analisadas pela Dracco, pelo delegado de Crimes Cibernéticos e em parceria com o secretário de Segurança do Município, nós mostramos para ele que aquele crime estava claro e esclarecido para a Polícia Civil. Diante da dificuldade de se livrar da aplicação da lei, ele definiu realmente que fez isso, não sabe exatamente explicar (a motivação), mas parece-me que tem alguma relação com a ex-esposa. Às vezes ele se apresenta de maneira fria, calculista, como se não tivesse sentimento com o próprio filho", detalhou Gustavo Xavier.
O delegado Sidney Tenório afirmou que, além de ter as evidências, a polícia desconfiou do comportamento do pai da criança.
"Vários indícios. A forma como ele chegou frio, não demonstrando qualquer tipo de sentimento. E também tínhamos várias evidências que nos foram trazidas pela própria Secretaria, então não havia muitas dúvidas. Tão logo confirmamos a morte por envenenamento, bem como nos foram trazidas evidências pela secretaria, pedimos que os agentes fossem buscá-los e demos voz de prisão tão logo ele confessou o fato".
Vídeo mostra pai descartando frasco de veneno - Uma câmera de segurança flagrou o momento em que o pai do menino Anthony Levy Nascimento dos Santos descartou o frasco que continha a substância "chumbinho", usada para envenenar e matar a criança de apenas quatro anos. As imagens são do circuito interno de segurança de uma creche, que fica localizada no bairro São Jorge, parte alta de Maceió. (Veja aqui o vídeo).
O caso - A Polícia Civil de Alagoas informou que prendeu, no início da tarde desta quarta-feira, 29, o pai do menino Anthony Levy Nascimento dos Santos, de apenas quatro anos. A criança faleceu na segunda-feira, 27, após passar mal em uma creche, no São Jorge, em Maceió. Mas as investigações avançaram e resultaram na prisão do suspeito. O pai confessou que matou o filho com chumbinho, agrotóxico vendido ilegalmente, comprado no bairro do Jacintinho.
O menino morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, após passar mal durante uma atividade no Centro Municipal de Educação Infantil [CMEI] Paulo Freire, no bairro São Jorge. Anthony estava praticando uma atividade, quando teria relatado à professora que não estava se sentindo bem, quando foi socorrido e levado à UPA.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) informou lamentar profundamente o falecimento da criança e disse que o menino foi rapidamente socorrido por professoras da própria unidade, para a UPA mais próxima, onde chegou a receber atendimento médico.
O laudo da necropsia indicou a presença de substância estranha no suco gástrico, informou o Instituto Médico Legal de Maceió.
